Os preços da soja caíram no Brasil e nos Estados Unidos na semana passada. De acordo com pesquisadores do Cepea, a pressão veio do clima favorável às lavouras da oleaginosa na América do Sul, contexto que tem reforçado as expectativas de produção mundial recorde. Além disso, a demanda pela soja brasileira está menor, tanto por parte de indústrias esmagadoras domésticas, quanto por parte de importadores. Pesquisadores do Cepea destacam que, no Brasil, grande parte dos consumidores já encerrou as compras em 2024. Do lado do produtor, também não há grande interesse em negociações com entregas a curto prazo, tendo em vista que esses agentes estão atentos às atividades de campo.
MILHO: Negócios são lentos neste encerramento de ano
Como tipicamente ocorre em período de final do ano, o ritmo de negociações envolvendo o milho está pontual no mercado spot brasileiro. Segundo pesquisadores, a liquidez é limitada pela disparidade entre os preços ofertados por demandantes – que mostram baixa intenção de compras – e os pedidos por vendedores. Nesse cenário, o Cepea verificou que, enquanto nas regiões consumidoras prevaleceram as quedas de preços, nas praças ofertantes os valores estiveram mais firmes. No campo, de maneira geral, o desenvolvimento das lavouras está satisfatório na maior parte das regiões produtoras de safra verão, aumentando a expectativa quanto à qualidade e à quantidade a serem produzidas em 2025.
MANDIOCA: Com muitas fecularias em recesso, oferta de raiz supera demanda
Com a maior parte das fecularias já em recesso neste final de ano, a disponibilidade de matéria-prima superou o interesse industrial ao longo da semana passada. Diante disso, dados do Cepea mostram que os preços da raiz de mandioca se enfraqueceram no período. Para as próximas semanas, a colheita e o esmagamento devem ficar praticamente parados, uma vez que a maior parte dos agentes de fecularias e de farinheiras indica que deve retomar as atividades apenas em janeiro/2025.
FEIJÃO: Maior oferta e qualidade menor mantêm valores em queda
O mercado de feijão manteve-se pressionado pela oferta crescente e pela qualidade comprometida em diversas regiões produtoras – chuvas em excesso prejudicaram o grão. Pesquisadores do Cepea indicam que, para o curto prazo, a continuidade das colheitas e a maior disponibilidade de feijões de categorias inferiores devem manter as cotações enfraquecidas. Contudo, lotes de alta qualidade permanecem escassos e valorizados, especialmente nas regiões com infraestrutura de armazenamento. No geral, neste encerramento de ano, pesquisadores do Cepea relatam que o mercado segue em compasso de espera, com as negociações sendo realizadas de forma pontual. O retorno do consumo mais aquecido no início de 2025 pode ajudar a equilibrar as cotações, principalmente para as categorias superiores. No campo, a Conab indica que, até o dia 15 de dezembro, 63,8% da área destinada à primeira safra de feijão havia sido semeada, enquanto 7,7% já foram colhidas. A produção estimada da temporada 2024/25 reforça a perspectiva de aumento da oferta nos próximos meses.