Produtores do oeste do Paraná e do norte de Mato Grosso iniciaram a colheita da soja da safra 2021/22. Pesquisadores do Cepea alertam, contudo, que a continuidade do clima desfavorável em importantes regiões produtoras de soja do Brasil tem feito crescer as expectativas de forte queda na produção. Enquanto na metade Norte do País as chuvas estão em excesso, no Sul e em parte de Mato Grosso do Sul, o clima está predominantemente seco. Diante disso, entidades governamentais e consultorias já vêm reduzindo as estimativas de produção para a atual temporada e os preços internos e externos da soja estão sendo impulsionados. Na semana passada, o Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná atingiu recorde nominal da série do Cepea, iniciada em julho de 1997.
MILHO: CLIMA SECO NO SUL MANTÉM VENDEDORES AFASTADOS E PREÇOS, EM ALTA
Os preços do milho voltaram a avançar neste início de ano nos mercados nacional e externo. Segundo pesquisadores do Cepea, no Brasil, as altas estão atreladas à retração de vendedores, que estão atentos ao clima predominante seco no Sul do País, e ao maior interesse de compradores, que precisam recompor seus estoques. No campo, produtores do Sul do Brasil já iniciaram a colheita da safra verão, mas, com o andamento dos trabalhos de campo, começam também a calcular os danos da forte estiagem na região sobre a produção de milho. Já no Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas mais frequentes favorecem as lavouras.
MANDIOCA: APESAR DA DEMANDA ENFRAQUECIDA, COTAÇÕES SOBEM
A demanda pela raiz esteve bastante enfraquecida na primeira semana de 2022, visto que boa parte das indústrias de fécula e de farinha ainda não retornou do recesso. As empresas que já retomaram as atividades, por sua vez, tiveram dificuldades para se abastecer. Assim, segundo dados do Cepea, os preços abriram o ano em alta. Quanto ao clima, as chuvas em algumas regiões e a baixa umidade em outras dificultaram os trabalhos de campo na semana. O valor médio a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 681,38, alta de 1,5% frente ao anterior.
TILÁPIA: COM OFERTA ELEVADA E MERCADO FRACO, PREÇO CAI PELO 2º MÊS CONSECUTIVO
Com oferta de animais elevada e mercado doméstico um pouco aquecido, os preços da tilápia recuaram em dezembro pelo segundo mês consecutivo nas regiões acompanhadas pelo Cepea. Junto a isso, os custos de produção elevados seguem pressionando as margens do produtor e da indústria. Assim como observado em novembro, o enfraquecimento das vendas no varejo e em outros importantes canais de distribuição aliados à oferta elevada de tilápia pressionaram as cotações do animal. Além disso, produtores do oeste do Paraná relataram problemas relacionados à instabilidade no fornecimento de energia da região, forçando o criador a vender os animais de forma mais rápida e com menor preço, para evitar perdas. Nas praças do norte e oeste do Paraná, as quedas nos valores de novembro para dezembro foram de 1,61% e de 3,62%, respectivamente, com o animal negociado a R$ 7,96/kg no norte e a R$ 7,15/kg no oeste.