Depois de subirem com força nas últimas semanas, os preços internos da soja recuaram nos últimos dias, pressionados especialmente pelo retorno das chuvas em regiões produtoras do Brasil, o que pode melhorar a situação das lavouras. Além disso, a desvalorização do dólar frente ao Real também influenciou as baixas internas. Entre 6 e 13 de novembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá (PR) caiu 2,6%, a R$ 165,27/sc na sexta-feira, 13. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná recuou 2,2% no mesmo comparativo, a R$ 165,08/sc de 60 kg na sexta. Embora o déficit hídrico tenha retardado o semeio da oleaginosa no Brasil, as chuvas em novembro têm favorecido o cultivo – em algumas regiões, inclusive, os trabalhos estão mais adiantados do que no ano passado.
MILHO: NEGÓCIOS ESTÃO EM RITMO LENTO NO BRASIL
As negociações de milho estão lentas no mercado brasileiro, segundo informações do Cepea. Diante do elevado patamar de preço, compradores adquirem apenas pequenos lotes. Esses demandantes também se atentam à desvalorização do dólar, que pode diminuir a atratividade nos portos brasileiros. Muitos vendedores, por sua vez, seguem retraídos, à espera de que compradores voltem ao mercado de forma mais intensa para recomposição de estoques. Além disso, produtores estão preocupados com o clima adverso e com a possível redução na safra verão. Nesse ambiente, os valores ainda apresentam movimentos distintos dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea, refletindo as diferentes condições de mercado.
MANDIOCA: COM MAIOR OFERTA, COTAÇÕES SEGUEM EM QUEDA
Mesmo com o volume ainda irregular de chuvas em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea nos últimos dias, produtores com necessidade de liberar as áreas seguiram colhendo a raiz. Assim, a oferta aumentou nesta semana, mantendo as cotações em queda – o recuo tem sido observado desde meados de outubro e, de lá para cá, já acumula 15%. Outros produtores, por sua vez, decidiram postergar a comercialização para 2021. Na semana passada, a média nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 468,58/t (R$ 0,8149 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), 2% abaixo da registrada no período anterior.
OVOS: PODER DE COMPRA CAI AO MENOR PATAMAR DA HISTÓRIA
Mesmo com a alta no preço pago pela caixa de ovos, a forte escalada das cotações dos principais insumos consumidos na avicultura de postura, milho e farelo de soja, vem pressionando o poder de compra de avicultores para o menor patamar da série histórica do Cepea, iniciada em 2013. Os elevados preços de milho e farelo de soja têm levado parte dos avicultores a usar sorgo e milheto na ração, o que, segundo colaboradores do Cepea, acaba impactando na qualidade dos ovos. Além das dificuldades relacionadas à aquisição de insumos nutricionais, várias regiões acompanhadas pelo Cepea também têm tido problemas com a compra de embalagens – segundo agentes, a falta de caixas de papelão no mercado tem atrasado os pedidos.