As chuvas da semana passada favoreceram o avanço do semeio da soja em muitas regiões acompanhadas pelo Cepea e a finalização das atividades em Mato Grosso e no Paraná. O início tardio do cultivo da oleaginosa, no entanto, deve atrasar um pouco a colheita e, consequentemente, o semeio da segunda safra, especialmente no caso do milho. Fundamentados nesse possível atraso da entrada da safra 2019/20, sojicultores consultados pelo Cepea seguem retraídos nas vendas, à espera da continuidade das altas, até pelo menos o primeiro trimestre de 2020. Além disso, as incertezas quanto ao acordo comercial entre os Estados Unidos e a China resultaram em aumento dos prêmios e dos preços no Brasil, tendo em vista que esse cenário favorece as exportações nacionais. De acordo com pesquisas do Cepea, o avanço nos valores domésticos também está atrelado à expressiva depreciação do Real frente ao dólar, que tende a atrair importadores para o Brasil. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá fechou a R$ 90,69/saca de 60 kg nessa sexta-feira, 22, elevação de 0,5% em relação ao dia 14. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná subiu 0,9% entre 14 e 22 de novembro, finalizando a R$ 85,40/saca de 60 kg na sexta.
MILHO: DEMANDA AQUECIDA ELEVA PREÇOS NO MERCADO INTERNO
Os preços no mercado interno seguem em alta nas principais regiões acompanhadas pelo Cepea. Nessa sexta-feira, 22, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), fechou a R$ 46,42/saca de 60 kg, o maior valor nominal deste ano. O movimento de elevação segue atrelado à demanda aquecida. Muitos compradores consultados pelo Cepea mostram necessidade de recompor estoques, mas têm dificuldades em encontrar grandes lotes. Com isso, esses agentes acabam cedendo a patamares maiores de preços. Já vendedores estão afastados do spot, na expectativa de preços maiores nas próximas semanas.
MANDIOCA: AGENTES ADIAM A COLHEITA DEVIDO À BAIXA PRODUTIVIDADE E AO MENOR RENDIMENTO
Nem mesmo as altas de preços observadas ao longo das últimas semanas têm atraído produtores consultados pelo Cepea para a colheita. Pesa sobre as decisões, a baixa produtividade das lavouras com mais de um ano e a queda no rendimento de amido. Assim, agentes consultados pelo Cepea passam a postergar as atividades para o 1º trimestre de 2020. Quanto à demanda industrial, seguiu firme, devido à necessidade de repor estoques de fécula e a uma ligeira melhora na comercialização de farinha, cenário que sustentou as cotações. Entre 18 e 22 de novembro, o valor médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia ficou em R$ 429,24 (R$ 0,7465 por grama de amido), alta de 8,4% frente à média anterior.