As recentes chuvas têm atrapalhado os trabalhos de campo e gerado preocupações quanto à qualidade da soja, de acordo com informações do Cepea. Caso esse cenário de volume elevado de precipitações e luminosidade reduzida persista, os grãos que ainda estão nas lavouras podem ser prejudicados, especialmente em regiões do Sudeste, Centro-Oeste e do Matopiba. Quanto aos negócios, diante da maior incerteza quanto à produtividade da atual temporada, sojicultores brasileiros voltaram a reduzir as vendas. O menor interesse de negociação também se deve à queda nos valores futuros na CME Group (Bolsa de Chicago), à redução nos prêmios de exportação no Brasil, à desvalorização cambial e à demanda relativamente estável.
MILHO: OFERTA AINDA RESTRITA MANTÉM SUSTENTAÇÃO DE PREÇOS
As cotações do milho estão em alta no mercado brasileiro, conforme apontam dados do Cepea. Produtores seguem com a colheita da safra de verão em algumas regiões, mas a disponibilidade doméstica do cereal ainda é restrita. Isso porque vendedores, atentos ao clima, ao bom ritmo das exportações e ao maior preço no porto, limitam o volume disponível para negócios no mercado interno. No geral, as chuvas, ao mesmo tempo que dificultam os trabalhos de campo em algumas praças de São Paulo e do Paraná, auxiliam no desenvolvimento de parte das lavouras. Quanto aos compradores, muitos demandantes têm cedido e aceitado os patamares mais altos pedidos por parte de vendedores, mas negociam apenas pequenos lotes. No acumulado de fevereiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas – SP) subiu expressivos 7,6%, fechando a R$ 42,33/saca de 60 quilos nessa quinta-feira, 28.
MANDIOCA: INTERESSE VENDEDOR AUMENTA E PREÇOS CAEM
Os mandiocultores que ainda dispõem de lavouras de dois ciclos tiveram maior interesse pela comercialização nos últimos dias, seja pela necessidade de liberar áreas ou visando se capitalizar para a próxima temporada. Assim, de acordo com dados do Cepea, o preço médio semanal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 367,65 (R$ 0,6394 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg) na semana passada, baixa de 1,8% frente à anterior. O maior interesse pela comercialização das raízes com mais de um ciclo deve continuar nos próximos dias; porém, são poucas as lavouras disponíveis. A partir deste quadro, e com alta probabilidade de chuvas, tem-se que o aumento da oferta seja moderado.
UVA: ALTA PLUVIOSIDADE PREJUDICA CULTIVO PAULISTA
O clima tem afetado a produção de uvas finas em Pilar do Sul e São Miguel Arcanjo (SP), segundo indicam colaboradores do Hortifruti/Cepea. As chuvas têm gerado avarias nas bagas (como rachaduras), levando produtores a descartarem essas frutas. Além das perdas, eles afirmam que, diante da menor demanda das últimas semanas pelas uvas locais por conta da qualidade prejudicada, as atividades de colheita se desaceleraram significativamente, fazendo com que algumas frutas começassem a passar de seu ponto de maturação, causando perdas ainda maiores. Diante da menor saída e dos problemas na qualidade, as cotações em São Miguel chegaram a R$ 1,82/kg, fechando a terceira semana consecutiva em queda (-19%).