De acordo com informações do Cepea, a forte valorização do dólar frente ao Real em maio (de 6,7% frente a abril, a R$ 3,6370, a maior média desde março/16), as firmes demandas interna e externa na primeira quinzena do mês e dificuldades logísticas causadas pela greve dos caminhoneiros sustentaram as cotações da soja. No acumulado de maio, os valores do grão e do farelo de soja subiram pelo quarto mês consecutivo. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) registrou elevação de 0,7% entre abril e maio, a R$ 86,12/saca de 60 kg no mês passado. No mesmo comparativo, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná subiu 0,9%, a R$ 80,32/sc de 60 kg na média de maio.
MILHO: PREÇOS SEGUEM EM ALTA COM NECESSIDADE COMPRADORA E DIFICULDADE LOGÍSTICA
A paralisação dos caminhoneiros, que limitou o escoamento do milho nos últimos dias, e a possível necessidade de aquisição nos próximos dias, mantiveram as cotações do cereal em alta, conforme dados do Cepea. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa subiu 3,75% entre 25 de maio e 1º de junho, indo a R$ 45,89/sc de 60 kg na sexta-feira, 1º. No acumulado de maio (entre 30 de abril e 30 de maio), o aumento é ainda mais expressivo, de 15,46%. Além disso, produtores continuam atentos ao impacto negativo do clima seco na produtividade.
MANDIOCA: GREVE DOS CAMINHONEIROS PREJUDICA COMERCIALIZAÇÃO
A paralisação dos caminhoneiros prejudicou o mercado de mandioca na semana passada, visto que produtores não conseguiram realizar as entregas, segundo informações do Cepea. Assim, parte dos mandiocultores se voltou às atividades de campo. Outros, por sua vez, planejam iniciar o plantio nesta semana, visto que as condições de umidade do solo podem estar mais favoráveis. Neste cenário, muitos agricultores não negociaram e apenas uma pequena parte deles, com áreas próximas das indústrias, ofertaram. Assim, de 28 de maio a 1º de junho, o recebimento de mandioca pelas indústrias caiu 86,3% frente à semana passada. A média semanal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 406,26/t, (0,7065 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), queda de 2,5% em comparação ao período anterior.
CITROS: PRODUTOR MANTÉM INTERRUPÇÃO DA COLHEITA EM SP
Com dificuldades no transporte e no abastecimento, por conta da paralisação dos caminhoneiros, citricultores do estado de São Paulo interromperam as atividades de campo, a fim de evitar perdas. Alguns colaboradores do Cepea afirmam que, em negociações mais pontuais (entregas em cidades próximas ou em mercados locais), o transporte era possível, mas apenas em pequenos volumes, devido à utilização de veículos menores. Neste cenário, produtores negociaram a laranja nas roças nos mesmos valores praticados na semana que antecedeu a greve (de 14 a 18 de maio). Assim, de 28 de maio a 1º de junho, a laranja pera foi negociada a R$ 26,50/cx de 40,8 kg, na árvore, queda de 4,7% em relação ao período anterior.