Com as chuvas irregulares e abaixo do esperado, produtores de soja diminuíram o ritmo de semeadura da nova safra, que havia sido iniciada em diferentes estados. As previsões do Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) indicam mais de 70% de probabilidade de chuvas em diversas regiões do Brasil nos próximos dias, mas de forma irregular. Esse clima adverso pelo segundo ano consecutivo vem preocupando agentes, tendo em vista que pode voltar a prejudicar a segunda safra no Brasil, especialmente de milho. Ao mesmo tempo, incertezas relacionadas ao crescimento da China e a uma empresa do segmento imobiliário daquele país acabaram pressionando os valores brasileiros do grão. Entre 17 e 24 de setembro, os Indicadores de soja ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá e CEPEA/ESALQ – Paraná caíram 0,97% e 0,9%, com respectivas médias de R$ 173,73/saca de 60 kg e de R$ 170,06/sc.
MILHO: RETRAÇÃO COMPRADORA PRESSIONA INDICADOR
As cotações do milho estão em queda, conforme apontam dados do Cepea. Entre 17 e 24 de setembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) do milho caiu 3,42%, fechando a R$ 90,47/sc nessa sexta-feira, 24. A pressão vem sobretudo da retração de compradores, mas também do avanço da colheita da segunda safra, da redução das exportações e, mais recentemente, do andamento da semeadura da temporada de verão 2021/22. Muitos demandantes negociam apenas lotes pontuais, enquanto vendedores estão mais flexíveis nos valores, especialmente os que precisam “fazer caixa” para pagar dívidas de custeio. Esse cenário tem sido observado mesmo após as confirmações de queda na oferta, devido ao clima desfavorável, e de estoques enxutos.
MANDIOCA: MAIOR DISPUTA POR MATÉRIA-PRIMA ELEVA PREÇOS
A disponibilidade de lavouras de mandioca de segundo ciclo está baixa em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Além disso, a estiagem continua dificultando os trabalhos de campo. Como resultado, muitas empresas passaram a se abastecer em regiões mais distantes, aumentando a disputa pela matéria-prima. Quanto aos preços, entre 20 e 24 de setembro, a média nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 522,60 (R$ 0,9089 por grama de amido), 0,8% acima da verificada no período anterior.
OVOS: PODER DE COMPRA CAI FRENTE AO FARELO, MAS AVANÇA NA COMPARAÇÃO COM O MILHO
Em linha com a movimentação dos preços dos dois principais insumos de alimentação consumidos na avicultura de postura, milho e farelo de soja, o poder de compra do avicultor vem registrando tendências opostas neste mês de setembro. Com as cotações do cereal em queda, a relação de troca por ovos diminuiu, favorecendo o produtor. Já considerando o farelo de soja, que se valorizou no período, a relação de troca aumentou. Para os ovos, as valorizações no início do mês foram menos intensas que os recuos na segunda quinzena, o que tem resultado em queda na média de setembro. Segundo colaboradores do Cepea, a baixa liquidez no mercado da proteína e sobras eventuais em muitas regiões têm pressionado os valores.