A valorização externa e a firme demanda por farelo de soja interromperam o movimento de queda nos preços do grão em algumas regiões brasileiras. Além disso, pesquisadores do Cepea indicam que os baixos estoques e o ritmo mais lento da colheita frente ao ano anterior também sustentam os valores da soja em grão. Nas últimas semanas, preocupações relacionadas à oferta limitada e à perda de produção na América do Sul deslocaram demandantes aos Estados Unidos. Diante disso, dados da Secex mostram que as exportações brasileiras de soja somaram apenas 851,87 mil toneladas em janeiro, expressivas quedas de 57,82% frente às de dezembro/22 e de 65,2% em relação às de janeiro/22.
MILHO: VENDEDOR SE AFASTA DO SPOT, E PREÇOS SOBEM
Os preços do milho voltaram a avançar em parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. O suporte vem de preocupações relacionadas ao clima seco durante o período de desenvolvimento das lavouras e aos possíveis impactos sobre a produtividade das lavouras no Sul do País e na Argentina e também do ritmo intenso das exportações brasileiras – em janeiro/23, o Brasil escoou 6,34 milhões de toneladas, volume 132% superior ao de janeiro/22, segundo a Secex. Atentos a este cenário e a pontuais problemas logísticos, vendedores limitam a disponibilidade de lotes no spot nacional, enquanto outros elevam os valores pedidos.
MANDIOCA: FORTE DEMANDA SUSTENTA PREÇOS
A procura por raiz de mandioca continua firme nas regiões acompanhadas pelo Cepea, o que segue sustentando os valores de negociação. Entre 30 de janeiro e 3 de fevereiro, o preço médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 1.205,89, elevação de 0,2% em relação ao anterior. Quanto à oferta, mesmo com o maior interesse de colheita por uma parte dos produtores, chuvas frequentes limitam o avanço nos trabalhos de campo.
OVOS: PREÇOS DOS OVOS REAGEM NESTE INÍCIO DE FEVEREIRO
Depois das fortes desvalorizações entre as médias de dezembro/22 e janeiro/23, os preços dos ovos voltaram a subir neste início de fevereiro em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Este movimento é reflexo do aquecimento da demanda e da redução da oferta da proteína. Por conta disso, parte dos colaboradores do Cepea relatou não conseguir atender toda a demanda dos clientes, tendo, inclusive, que adiar algumas entregas.