O semeio de soja registrou avanço significativo na semana passada, favorecido por chuvas nas principais regiões produtoras, especialmente no Paraná e no Centro-Oeste, segundo colaboradores do Cepea. No Sudeste do Brasil, as atividades estão em ritmo mais lento, devido à baixa umidade do solo. Mesmo diante das irregularidades climáticas, a Conab estima produção nacional de soja em 120,39 milhões de toneladas na temporada 2019/20, 4,7% a mais que na temporada passada e um recorde. Nos Estados Unidos, o clima desfavoreceu praticamente todo o ciclo da oleaginosa, reduzindo a produção do país. O USDA indica produção de 96,62 milhões de toneladas, 2,27% inferior ao estimado em setembro e expressivos 19,82% abaixo da safra 2018/19. Quanto à comercialização do grão, diante das incertezas em relação à produção global de soja, muitos produtores brasileiros estão retraídos dos negócios, esperando obter maior receita nas vendas nos próximos meses.
MILHO: PRODUTOR CONTINUA RETRAÍDO E PREÇO, EM ALTA
As cotações do milho seguem em elevação no mercado brasileiro neste início de outubro, segundo dados do Cepea. Pesquisadores afirmam que a justificativa para o cenário altista é a retração de vendedores, que, por sua vez, estão influenciados pelo clima, pelo forte ritmo de embarques e pela demanda aquecida. De 4 a 11 de outubro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) avançou 1,1%, fechando a R$ 40,41/saca de 60 kg nessa sexta-feira, 11. Quanto aos embarques, já foram exportadas 1,3 milhão de toneladas de milho nos primeiros quatro dias úteis de outubro, segundo dados da Secex. A média diária de exportação está em 328,6 toneladas; assim, caso esse ritmo se mantenha até o final de outubro, o volume pode chegar a 7,55 milhões de toneladas, o que seria o dobro do verificado em outubro de 2018.
MANDIOCA: PREÇO AVANÇA 5% NA SEMANA
A estiagem na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea continuou dificultando os trabalhos de campo – apesar de chuvas terem sido registradas em algumas áreas. Além disso, a baixa rentabilidade da mandiocultura tem afastado produtores que ainda dispõem de lavouras para entregar neste ano, visto também as menores produtividades e rendimento de amido. Quanto à demanda industrial, principalmente das fecularias, teve melhora na semana passada, devido à expectativa de vendas mais satisfatórias ou, pelo menos, de retomada nos negócios, o que elevou a disputa pelo produto. O preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia, entre 7 e 11 de outubro, foi de R$ 311,61 (R$ 0,5419 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), alta de 5,2% em relação ao período anterior.
OVOS: EXPORTAÇÕES RECUAM PARA MENOR PATAMAR DESDE NOVEMBRO DE 2017
Em setembro, as exportações brasileiras de ovos in natura recuaram para o menor patamar registrado desde novembro de 2017, tanto em termos de volume quanto de receita. Conforme dados da Secex, no mês passado, o Brasil embarcou 136,6 toneladas de ovos para consumo, queda de 10% frente ao volume exportado em agosto e de 73,9% em comparação com o de setembro/18. Em termos de receita, os embarques arrecadaram US$ 131,4 mil em setembro, recuos de 13,1% e de 74,6%, na mesma comparação. Quanto ao mercado interno, de acordo com pesquisadores do Cepea, a melhora na liquidez, devido ao recebimento dos salários por parte da população, elevou as cotações dos ovos tipo extra na semana passada.