Parece que um pouco da alegria de Natal em Wall Street se espalhou para o mercado de soja.
Todas as cartas são cortesia de skcharting.com
Os preços da soja negociada em Chicago registram alta de 13% para dezembro. Esse é o maior ganho mensal em mais de cinco anos nos futuros do ingrediente básico para leite de soja, farinha de soja e tofu, entre outros. Dezembro é também o primeiro mês no verde para a soja, depois de sete meses no vermelho.
Em 2021, a soja segue rumo a fechar o ano com alta de 5%, em contraste com o rali de 27% do milho e os ganhos de 26% do trigo.
Se o ganho anual da soja parece modesto quando comparado ao milho e ao trigo, considere isto: No início de outubro, eles apresentavam queda de 5% no ano. Naquela altura, o mercado da soja era o único dos três principais mercados agrícolas dos EUA que estava no vermelho durante o ano. Além disso, naquele ponto, a soja tinha queda de quase 20%, em relação a sua máxima de maio. De US$ 16,67 dólares por bushel, oscilando em torno dos US$ 11,85, menor nível em nove meses.
No pregão de segunda-feira, ela atingiu a máxima em quatro meses, de quase US$ 13,64.
A situação da soja se inverteu após um rali em nove das últimas 11 semanas, motivado por um calor intenso, seca e outras condições desfavoráveis na América do Sul, onde estão cinco grandes produtores: Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai.
Espera-se que as colheitas de soja, como a do milho, sejam menores no sul do Brasil, sua principal região de cultivo, em comparação com um ano atrás, devido a campos ressecados, afirmaram meteorologistas e consultorias à Reuters num artigo publicado na segunda-feira.
"O governo do estado do Paraná, no sul do Brasil, destacou que 62% da soja estava florescendo plenamente", disse o meteorologista John Baranick em um comentário no DTN, um serviço de meteorologia.
"Estas culturas não podem esperar que mais chuva chegue depois. Elas precisam dela agora".
O Paraná é a segunda maior região de cultivo de soja do Brasil.
Na safra 2020/21, o Brasil produziu um recorde de 136 milhões de toneladas de soja. A safra 2021/22 provavelmente irá estabelecer um novo recorde, embora o número será menor do que o potencial real devido às condições secas, dizem os analistas.
"O Brasil poderia ter soja pronta para exportação até o final de fevereiro e o potencial de colheita é de até 150 milhões de toneladas, embora muitos estejam começando a reduzir as projeções de produção devido ao clima quente e seco", disse Jack Scoville, analista-chefe de culturas do Grupo Price Futures, de Chicago.
Ele acrescentou:
"A ideia agora é de que o Brasil pode produzir entre 142 e 145 milhões de toneladas de soja este ano devido às perdas no sul".
Tudo isto levantou dúvidas sobre o patamar em que a soja pode ser negociada, pelo menos tecnicamente, no próximo ano.
Gráfico Semanal da Soja
Sunil Kumar Dixit, estrategista técnico chefe do skcharting.com, acha que US$ 14 ou mais por bushel é uma aposta segura.
"A leitura de 96/89 das linhas estocásticas posicionadas de maneira otimista e o índice de força relativa a 59 têm poder de fogo suficiente para desafiar US$ 14,23, que é o nível de Fibonacci de 50% da onda de US$ 16,66 - US$ 11,80", disse Dixit. "A partir daí, ela deve testar a máxima de de US$ 14,78 de julho de 2021".
O rali da soja no final do ano em curso pareceu inicialmente voltado para preencher a lacuna de julho de 2021, de US$ 13,86 - US$ 13,90. O pico desta semana, no entanto, deixou uma nova lacuna de US$ 13,41 - US$ 13,52 que precisa ser preenchida quando o movimento de queda começar, disse ele.
"Para além de janeiro e próximo a março, devemos ver a soja sendo negociada na faixa de preços entre US$ 14,23 e US$ 14,78 na ponta superior e os US$ 12,70 e US$ 11, 70 na ponta inferior".
Isenção de responsabilidade: Barani Krishnan emprega inúmeros pontos de vista além do seu próprio a fim de trazer diversidade à sua análise de qualquer mercado. Por questões de neutralidade, ele às vezes apresenta visões contraditórias e variáveis do mercado. Ele não detém posição nas commodities e valores mobiliários sobre os quais escreve.