Mesmo com as atividades de colheita de soja na reta final em algumas regiões do Brasil acompanhadas pelo Cepea e a produtividade elevada, os valores continuam em alta. Esse cenário está atrelado à valorização do dólar e à firme demanda externa. No acumulado de março (de 28 de fevereiro a 13 de março), os Indicadores ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) e CEPEA/ESALQ Paraná registraram avanços de 2,58% e 3,6%, com respectivos fechamentos a R$ 92,18/sc de 60 kg e a R$ 85,89/sc nessa sexta-feira, 13. Em Goiás, cerca de 80% da área já foi colhida, de acordo com levantamento do Cepea. Em Mato Grosso do Sul, a colheita passa de 70% e, em São Paulo, de 60%. Quanto ao dólar, finalizou a R$ 4,852 nessa sexta, 4,8% superior ao da sexta-feira anterior e recorde nominal, cenário que segue favorecendo as exportações brasileiras.
MILHO: DEMANDA AQUECIDA E BAIXA OFERTA MANTÊM PREÇOS EM ALTA
O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) continua em elevação, influenciado pela combinação de demanda aquecida e oferta limitada. De 6 a 13 de março, o Indicador subiu 4,12%, fechando a R$ 57,58/saca de 60 kg nessa sexta-feira, 13, renovando a máxima nominal histórica da série do Cepea, iniciada em 2004. Segundo pesquisadores, apesar de a colheita da safra de verão estar avançando no Sul do País, devido ao clima favorável, muitos produtores seguem preferindo negociar a soja em detrimento do milho, limitando a oferta do cereal.
MANDIOCA: OFERTA AUMENTA, MAS CONTINUA ABAIXO DAS EXPECTATIVAS; PREÇOS SOBEM
A oferta de mandioca aumentou na semana passada, apesar de estar aquém do esperado, visto que agricultores que dispõem do produto mais velho (18 meses ou acima disso) têm necessidade de colheita. Outros, entretanto, com raízes mais novas, seguem com menor ritmo de entregas, por considerarem os preços pouco atrativos ou por conta do clima, que está mais seco em parte das regiões. Neste cenário, o preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 379,92 (R$ 0,6607 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), alta de 1,92% frente à média da semana anterior.
OVOS: DIFERENÇA ENTRE COTAÇÕES DE OVOS BRANCOS E VERMELHOS AUMENTA
Como é tradicional no período de Quaresma, o aumento na demanda por ovos amplia a diferença entre as cotações dos brancos e dos vermelhos. Isso porque a oferta de vermelhos, que geralmente é menor do que a de brancos, diminui ainda mais neste período, devido à maior procura pela proteína. Segundo colaboradores do Cepea, a menor oferta de ovos vermelhos também está atrelada à falta de pintainhas (futuras poedeiras) para alojamento.