Expectativas de oferta superior à demanda no final da temporada 2017/18 vêm pressionando os valores da soja. Produtores, no entanto, estão retraídos das vendas que envolvem grandes lotes, à espera de valorizações nos próximos meses. Segundo pesquisadores do Cepea, o recuo vendedor está atrelado às previsões de tempestades nos Estados Unidos, que podem interromper a colheita no centro-oeste daquele país e favorecer as vendas brasileiras (as atividades nos EUA têm previsão de início para os próximos 15 dias). Além disso, com a possibilidade de atraso de semeio no Brasil, por causa das previsões de baixo nível pluviométrico no início de setembro em Cascavel (PR) e Sorriso (MT), produtores esperam melhores oportunidades de vendas. Entre julho e agosto, a média do Indicador da soja ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá registrou forte queda de 3,3%, fechando a R$ 69,83/sc de 60 kg no mês passado. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná cedeu 3,6% na mesma comparação, com média de R$ 63,86/sc de 60 kg em agosto.
MILHO: RECUO VENDEDOR IMPULSIONA VALORES EM AGOSTO
Os preços do milho subiram em agosto, refletindo a posição retraída de vendedores. Desestimulados com os baixos patamares de preços, produtores aguardam cotações mais elevadas para negociar, limitando a oferta. Nesse cenário, segundo colaboradores do Cepea, compradores que têm trabalhado com estoques curtos tiveram de aumentar os valores de suas ofertas para adquirir lotes. Em Campinas (SP), base do Indicador ESALQ/BM&FBovespa de milho, o cenário também foi de alta, devido à firme demanda. No dia 31 de agosto, o Indicador fechou a R$ 27,30/saca de 60 quilos, valorização de 1,2% em relação à quinta-feira anterior e de expressivos 7,3% frente ao dia 31 de julho. A média mensal do Indicador fechou a R$ 26,67/sc, ligeiro aumento de 1,3% frente à média de julho e a primeira alta desde fevereiro.
MAÇÃ: DIFERENÇA ENTRE PREÇOS DA GALA E DA FUJI DEVE SE MANTER ATÉ O FINAL DE 2017
A diferença entre as cotações das maçãs fuji e gala está grande nesta temporada. Em agosto de 2016, a lacuna entre o preço da fuji graúda Cat 1 e o da gala graúda Cat 1 era de 0,89 centavos por caixa de 18 kg na região de Fraiburgo (SC). Em agosto deste ano, entretanto, a diferença foi de 9,51 reais por caixa. De acordo com colaboradores do Hortifruti/Cepea, esse cenário está atrelado ao grande volume de fuji (entre 65% e 70%) no atual estoque total de maçãs, o que limita valorizações da variedade. Entre 28 de agosto e 1º de setembro, o preço da fuji graúda Cat 1 recuou 8% na região catarinense frente à semana anterior, fechando com média de R$ 37,60/cx de 18 kg. Já a gala graúda Cat 1 teve média de R$ 50,00/cx, 5% menor na mesma comparação. A partir desta semana, algumas medidas devem ser tomadas para reduzir o desequilíbrio entre os valores, como a alternância de classificação das variedades de uma semana para outra. Dessa forma, produtores visam recuperar as cotações, principalmente da fuji, cuja oferta deve aumentar nos próximos meses, limitando as altas, principalmente para os calibres graúdos. Quanto à gala, a expectativa é de que os valores se recuperem já a partir de setembro, com a redução da oferta no mercado.