Os preços da soja em grão têm registrado consecutivos aumentos no mercado brasileiro. Segundo pesquisadores do Cepea, além das valorizações cambial (R$/US$) e externa, cenário que estimula as exportações nacionais, a retração de sojicultores domésticos em comercializar lotes volumosos da safra 2023/24 reforça o movimento de alta. Ainda conforme pesquisadores do Cepea, grande parte dos produtores está capitalizada e prefere aguardar melhores oportunidades de negócios ao longo do segundo semestre, fundamentados na expectativa de firme demanda externa, sobretudo da China, e na volatilidade do câmbio, devido ao ano eleitoral nos Estados Unidos.
MILHO: Cotações sobem mesmo com colheita acelerada
As recentes elevações dos preços internacionais e da moeda norte-americana impulsionaram os preços domésticos do milho ao longo da última semana. Segundo pesquisadores do Cepea, apesar de a colheita seguir em ritmo acelerado em relação ao ano anterior, produtores voltaram a se retrair, na expectativa de valorizações ainda mais significativas e de que novas altas sejam repassadas ao mercado interno. No campo, dados da Conab mostram que, até o dia 21 de julho, 79,6% da safra já foi colhida, avanço semanal de 5,4 p.p. e alta de fortes 31 p.p. em relação ao ano anterior. A Conab também aponta que a produtividade das lavouras foi afetada pela seca em alguns estados, como São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
MANDIOCA: Moagem segue abaixo das expectativas; média sobe pela 7ª semana
Ao mesmo tempo em que os trabalhos de plantio continuam sendo prioridade, a maioria dos produtores segue com baixo interesse em comercializar raízes de 1º ciclo, que já representam a maior parte das lavouras disponíveis. Assim, a quantidade de mandioca ofertada continua abaixo das expectativas de agentes, sobretudo em um momento de necessidade de reposição de estoques de fécula. Neste cenário, o preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia subiu pela sétima semana consecutiva, a R$ 485,89 (R$ 0,8450 por grama de amido), alta de 1,5% frente à anterior. Em relação ao mesmo período do ano passado, o valor atual é 34% inferior, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI).
OVOS: Com sobra nas granjas, preço segue em queda
A menor procura frente à oferta tem refletido em sucessivas quedas nos preços dos ovos nesta segunda quinzena de julho. Colaboradores consultados pelo Cepea relatam que as vendas estiveram bastante reduzidas ao longo do mês, devido à demanda retraída, o que acabou gerando sobras de ovos nas granjas, mantendo os valores em baixa. Além disso, segundo pesquisadores do Cepea, agentes estão atentos aos impactos da confirmação de um foco de Newcastle numa granja comercial de frangos em Anta Gorda (RS) sobre o setor. Apesar de, na última sexta-feira, 26, o Ministério da Agricultura e Pecuária ter notificado a Organização Mundial de Saúde Animal sobre o fim do foco da doença, o Rio Grande do Sul, especificamente, seguia temporariamente suspenso de enviar ovos para diversos países, como o Chile. Isso preocupa agentes do setor, visto que o país tem sido o principal destino dos embarques brasileiros de ovos, incluindo produtos in natura e processados, nos últimos meses. Conforme pesquisadores do Cepea, caso esse volume não seja enviado a outros parceiros comerciais, a oferta de ovos no mercado interno, que já está alta, poderá aumentar e pressionar ainda mais as cotações da proteína.