Os preços externos da soja em grão atingiram na semana passada os maiores patamares nominais desde setembro de 2012. Segundo pesquisadores do Cepea, o movimento de alta esteve atrelado a expectativas de maior consumo de soja nos Estados Unidos e aos baixos estoques naquele país. Esse cenário, por sua vez, elevou a movimentação nos portos brasileiros, e vendedores nacionais tiveram mais interesse em comercializar a soja em detrimento do milho, fundamentados na safra recorde da oleaginosa e nas expectativas de maior estoque de passagem. Quanto aos preços, entre 7 e 14 de maio, os Indicadores ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá e CEPEA/ESALQ Paraná da soja cederam ligeiro 0,37% e 0,94%, respectivamente, fechando a R$ 176,84 e a R$ 171,88/sc de 60 kg na sexta-feira, 14.
MILHO: VENDEDOR LIMITA OFERTA, E PREÇOS SE MANTÊM FIRMES
Chuvas foram registradas em algumas regiões produtoras de milho do País na semana passada. As precipitações, no entanto, ainda ocorreram de forma insuficiente para sanar as preocupações quanto ao déficit hídrico, especialmente no Paraná, em Mato Grosso do Sul e algumas áreas do Sudeste. Assim, vendedores consultados pelo Cepea seguiram atentos aos impactos do clima sobre a produtividade e, com isso, limitando a oferta de novos lotes no spot. Muitos compradores com necessidade de repor estoques de curto prazo, por sua vez, acabam cedendo aos maiores preços. Nesse cenário, as cotações se mantiveram em alta na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Relatório divulgado na semana passada pela Conab indica que a produtividade média nacional pode cair 3,3% nesta safra frente à anterior. Esse resultado está atrelado principalmente aos reajustes negativos nos rendimentos do Sudeste e do Sul, de 3% e 4,9%, respectivamente. Agentes consultados pelo Cepea aguardam ainda novas quedas na produtividade nos próximos relatórios da Conab, fundamentados no clima desfavorável.
MANDIOCA: INFLUENCIADA PELO CLIMA E PELA DEMANDA ELEVADA, MÉDIA SEMANAL SOBE 1,7%
As cotações da raiz de mandioca subiram por mais uma semana, devido à oferta limitada e à demanda aquecida. Segundo colaboradores do Cepea, o déficit hídrico permanece, visto que as chuvas registradas na última semana foram isoladas e em baixo volume, dificultando os trabalhos no campo, principalmente a colheita. Ao mesmo tempo, com a melhora nos mercados dos derivados, a demanda industrial seguiu fortalecida, resultando em maior disputa entre as empresas, inclusive entre diferentes regiões. Assim, entre 10 e 14 de maio, a média nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia avançou 1,7% frente à da semana anterior, para R$ 470,94 (R$ 0,8190 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg). Em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI), esse valor supera em 12,6% o de igual período do ano passado.
OVOS: FORTE DESVALORIZAÇÃO DOS OVOS REDUZ PODER DE COMPRA DO AVICULTOR
O mercado desaquecido e a consequente dificuldade em escoar a produção de ovos comerciais têm pressionado as cotações da proteína em maio, enquanto o milho e o farelo de soja seguem valorizados. Esse cenário tem reduzido o poder de compra dos avicultores de postura frente a esses insumos. Segundo colaboradores do Cepea, com a demanda enfraquecida, os estoques têm crescido, levando agentes do setor a diminuir os preços dos ovos para garantir boas vendas. Já no mercado de milho, a elevada procura doméstica e preocupações quanto à produção da segunda safra têm impulsionado os valores. Para o farelo de soja, a demanda firme, tanto interna quanto externa, e o valor elevado da matéria-prima seguem sustentando os preços.