Com a forte valorização do dólar frente ao Real, a competitividade da soja brasileira tem se elevado, especialmente em relação ao produto norte-americano. Esse cenário, de acordo com pesquisadores do Cepea, segue impulsionando os valores domésticos da oleaginosa, que estão em movimento de alta desde o início desta temporada. Entre 30 de abril e 8 de maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) registrou significativa alta de 7,57%, fechando a R$ 111,42/saca de 60 kg nessa sexta-feira, 8. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná subiu expressivos 7,77% entre 30 de abril e 8 de maio, a R$ 104,41/sc de 60 kg no dia 8. Ambos renovaram os recordes nominais da série do Cepea. Quanto ao dólar, de 30 de abril a 8 de maio, se valorizou fortes 5,52%, a R$ 5,748 no dia 8. O baixo volume remanescente de soja no País, as incertezas quanto às relações comerciais entre os Estados Unidos e a China e o menor incentivo nas exportações da Argentina também fazem os preços dispararem no mercado brasileiro.
MILHO: PREOCUPAÇÃO COM O CLIMA E DÓLAR FORTE ELEVAM COTAÇÕES NO BRASIL
As incertezas quanto ao desenvolvimento das lavouras de segunda safra, devido à irregularidade das chuvas, e a forte valorização do dólar, que elevou as cotações nos portos de Paranaguá (PR) e de Santos (SP), levaram os preços de milho a subirem em muitas praças acompanhadas pelo Cepea. Entre 30 de abril e 8 de maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (base Campinas – SP) avançou 2,92%, a R$ 49,76/sc de 60 kg nessa sexta-feira, 8. Quanto ao dólar, de 30 de abril a 8 de maio, se valorizou 5,52%, a R$ 5,748 no dia 8. Na semana passada, agricultores de regiões produtoras de segunda safra do Sul e do Sudeste estavam à espera de chuvas, mas as precipitações ocorreram apenas de forma pontual, elevando as preocupações no campo. Do lado comprador, aos poucos, muitos retornam ao mercado, mas se deparam com dificuldades de encontrar lotes grandes. Além disso, o preço pedido pelo vendedor está maior, e o prazo para pagamento, menor – neste caso, alguns agricultores temem inadimplência, fundamentados nas atuais incertezas por conta da crise gerada pela pandemia de coronavírus.
MANDIOCA: CLIMA SECO E RESTRIÇÃO PRODUTORA LIMITAM QUEDA NOS PREÇOS
O clima seco dificultou o avanço da colheita de mandioca em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea nos últimos dias. Além disso, parte dos agricultores se retraiu, adiando a comercialização na expectativa de aumento nas cotações nos próximos períodos, devido à menor disponibilidade de lavouras de 2º ciclo. A demanda industrial continuou baixa, mas a menor oferta de matéria-prima amenizou a pressão sobre os valores. Entre 4 e 8 de maio, o preço médio da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 310,70 (R$ 0,5403 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), 1,6% abaixo da média do período anterior.
OVOS: COTAÇÕES SOBEM NESTE INÍCIO DE MAIO
A melhora nas vendas durante a primeira semana de maio elevou as cotações dos ovos, depois de registrarem queda no final de abril. Colaboradores do Cepea afirmam que, além do tradicional incremento no consumo da população, por conta do início de mês, a proximidade do feriado de Dia das Mães também influenciou o aumento dos pedidos. Vale lembrar que, apesar das recentes baixas, a oferta de ovos está ajustada, o que também corroborou para esse movimento de elevação nos preços.