O acirramento da guerra comercial, e agora cambial, entre Estados Unidos e China elevou com força os preços da soja no Brasil nos últimos dias. Segundo pesquisadores do Cepea, a recente desvalorização da moeda chinesa frente ao dólar encarece as aquisições de produtos norte-americanos por parte da China, deslocando compradores de commodities agrícolas para o Brasil. Além disso, a maior demanda chinesa pela soja brasileira também foi favorecida pela desvalorização do Real frente ao dólar – a moeda brasileira permaneceu praticamente estável frente à chinesa (Renminbi – CNY) no período. Nesse cenário, entre 2 e 9 de agosto, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) subiu 4,2%, para R$ 83,58/saca de 60 kg na sexta-feira, 9. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná, por sua vez, avançou 4,3%, a R$ 77,53/sc de 60 kg na sexta.
MILHO: ALTA DO PREÇO EXTERNO E APRECIAÇÃO DO DÓLAR IMPULSIONAM VALORES NO BR
Os preços do milho voltaram a subir no Brasil nos últimos dias. Segundo colaboradores do Cepea, a influência veio das altas internacionais (CME Group) e da valorização do dólar frente ao Real, que, por sua vez, também impulsionaram as cotações nos portos brasileiros. Diante disso, produtores nacionais se retraíram do mercado, à espera de novas altas. Do lado da demanda, compradores se mostram abastecidos para o curto prazo, atentos às entregas de produtos contratados. Estimativas indicando produção e exportação recordes na temporada 2018/19 também afastaram parte dos demandantes do mercado. Assim, entre 2 e 9 de agosto, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) avançou 2,1%, fechando a R$ 36,61/saca de 60 kg na sexta-feira, 9.
MANDIOCA: COTAÇÕES OSCILAM DENTRE AS PRAÇAS ACOMPANHADAS
Os preços da mandioca não tiveram um direcionamento único nos últimos dias, subindo em parte das regiões acompanhadas pelo Cepea e recuando em outras. Na média da última semana (5 a 9 de agosto), entretanto, houve ligeira queda de 0,03% no valor médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia, que ficou em R$ 311,62 (R$ 0,5420 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg). Parte dos produtores seguiu interessada na comercialização, devido à necessidade de caixa, mas o clima seco na maioria das regiões acompanhadas atrapalhou os trabalhos no campo, diminuindo a oferta de raiz para a indústria. Do lado comprador, a forte lentidão no mercado de derivados reduziu a moagem e a demanda pela matéria prima em algumas indústrias de fécula e de farinha. Entre 5 e 9 de agosto, conforme estimativas do Cepea, foram processadas 41,4 mil toneladas de mandioca pela indústria de fécula, queda de 18% frente ao resultado da semana anterior.
OVOS: EXPORTAÇÕES DE OVOS IN NATURA RECUAM 26% EM JULHO
As exportações brasileiras de ovos in natura recuaram 26% de junho para julho, somando 263 toneladas no último mês, de acordo com informações da Secex. A receita obtida com os embarques, por sua vez, alcançou US$ 266,3 mil, queda de 28%, na mesma comparação. Em Real, as vendas de julho somaram R$ 1 milhão, recuo de 29%. Vale ressaltar que, além da menor quantidade exportada, a redução da receita também esteve atrelada à queda do dólar, que passou de R$ 3,86 em junho para R$ 3,78 no último mês. O volume enviado aos Emirados Árabes Unidos, o principal comprador da proteína brasileira, diminuiu 26% frente ao registrado no mês anterior, passando de 278 toneladas para 207 toneladas. Apesar da retração observada em julho, a quantidade exportada e a receita obtida (em Reais) com os embarques realizados entre janeiro e julho deste ano são respectivamente 6% e 15% maiores do que as de igual período de 2018.