Levantamentos do Cepea mostram que os preços da soja estão mais firmes no mercado brasileiro, sustentados pela valorização externa. As médias de abril (até o dia 25) dos Indicadores ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá e CEPEA/ESALQ – Paraná estão respectivos 2,2% e 2,9% acima das de março e já são as maiores desde janeiro/24 – naquele período, preocupações com o clima sobre as lavouras da América do Sul impulsionavam os valores internos. Em relação à colheita de soja no Brasil, acompanhamento do Cepea aponta que as atividades se aproximam da reta final. Segundo a Conab, 86,8% da área cultivada havia sido colhida até o dia 21 de abril, aumento semanal de 3,6 p.p., mas abaixo dos 89% há um ano. Esse menor ritmo dos trabalhos de campo se deve a precipitações no Sul do País e em parte do Nordeste, ainda conforme analisam pesquisadores do Cepea.
MILHO: PREÇOS CAEM PARA NÍVEIS DE OUTUBRO/23
Os preços do milho seguem em queda no mercado brasileiro. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão vem da postura retraída de muitos compradores, do avanço da colheita da safra verão e do bom desenvolvimento da segunda safra em boa parte das regiões. Em algumas praças acompanhadas pelo Cepea, os valores atuais do cereal já são os menores desde outubro/23. Consumidores relatam ter estoques e realizam novas aquisições no spot apenas quando têm necessidade. Do lado vendedor, pesquisadores do Cepea apontam que, enquanto boa parte se mostra mais flexível nas negociações, devido à necessidade de fazer caixa, outros estão afastados do mercado, à espera de recuperações nos próximos meses, fundamentados nas recentes valorizações do dólar – contexto que pode elevar a paridade de exportação – e na possibilidade de uma segunda safra não tão volumosa. De fato, a Conab indica área 8% menor e produção de 85,61 milhões de toneladas, 16% inferior à da temporada 2023/24.
MANDIOCA: PREÇOS TÊM COMPORTAMENTOS DISTINTOS ENTRE REGIÕES
A retomada dos trabalhos de campo, sobretudo da colheita, favorecida pelas recentes chuvas, elevou a oferta de mandioca em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea na última semana. Os preços, porém, tiveram comportamento distintos, seguindo mais firmes no Paraná e com maiores pressões em Mato Grosso do Sul e no oeste paulista, conforme apontam levantamentos do Cepea. No mercado de fécula, compradores intensificaram as negociações visando repor estoques ou programando a demanda para os próximos períodos. Os estoques das fecularias e modificadoras, por sua vez, caíram pela quarta semana seguida, mesmo com aumento na produção, segundo estimativas do Cepea.
OVOS: DEMANDA ENFRAQUECIDA MANTÉM COTAÇÕES EM QUEDA
As cotações dos ovos tipo extra tiveram novas baixas nas praças acompanhadas pelo Cepea nos últimos dias. De acordo com parte dos colaboradores consultados, com a proximidade do fim do mês, a demanda pela proteína se enfraqueceu de forma significativa, movimento comum para o período. Dessa forma, pesquisadores do Cepea explicam que agentes passaram a realizar negociações a preços menores, para garantir a liquidez do produto e evitar sobras nos estoques. Ainda conforme levantamentos do Cepea, a expectativa é que, com a virada do mês, as negociações passem a envolver volumes maiores, porém, a preços estáveis ou ligeiramente superiores.