O foco nas inflações se intensifica nesta semana, após um resultado surpreendente de criação de postos de trabalho nos EUA, embaralhando as perspectivas futuras para a política monetária americana e ao mesmo tempo, influenciando os movimentos que avizinham o fim do ciclo em alguns emergentes.
Tecnicamente, os EUA estão sim em recessão, apesar dos apelos do executivo americano a analistas e à imprensa para sinalizar o contrário, em meio às eleições de meio de mandato e pela queda da popularidade dos democratas.
O sinal, ainda que confuso, realmente se choca com dois pontos importantes: o próprio mercado de trabalho e o resultado passado das empresas, indicando uma saúde positiva dos indicadores corporativos.
Ainda assim, o mercado de trabalho continua distorcido devido à falta de mão de obra, em partes graças aos programas federais de auxílio desemprego, o que joga uma parcela da população ao desalento e acentua a elevação do Payroll, ou seja, da demanda das empresas por trabalhadores e atenua dos índices de desemprego, de forma quase artificial.
Do lado das empresas, os resultados corporativos positivos são permeados por perspectivas negativas em relação ao futuro, com citação de redução de investimentos, corte de pessoal e projeções de resultados mais fracos, ou seja, recessão.
Daí voltamos ao Brasil, pois o cenário de inflação em declínio e fim do ciclo de aperto monetário nem de perto foi claro no comunicado da última reunião do COPOM na semana anterior e deve ser mais bem esclarecido na ata amanhã, pois para nós e permeado pelo IPCA amanhã, o sinal é de parada.
Ainda que o cenário proposto no breve comunicado não tenha sido totalmente claro neste sentido, a dependência dos indicadores econômicos dá o alento para que o Bacen tenha espaço até lá para que a taxa entre em novo declínio, especialmente com os constantes cortes de preços de combustíveis e pelo petróleo abaixo de $90 o barril em NY.
Portanto, esta semana reserva forte atenção à agenda macro, repleta de dados inflacionários em nível local, como o IPC-S semanal de hoje (Real: -1,13%; Infinity: 1,10%) e no exterior, PPI e CPI na China e EUA, além de dados de atividade econômica, como as vendas ao varejo, PIB e estoques.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, à medida que traders avaliam lucros e dados econômicos.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com o recorde das exportações chinesas, em meio à retomada da atividade e por outro lado, queda nas ações dos fundos da SoftBank.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao cobre.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, em meio a temores de recessão e recuperação lenta das importações da China.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,12%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,165 / -0,96 %
Euro / Dólar : US$ 1,02 / 0,049%
Dólar / Yen : ¥ 134,99 / -0,022%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / 0,141%
Dólar Fut. (1 m) : 5211,59 / -0,76 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,70 % aa (-0,50%)
DI - Janeiro 24: 13,02 % aa (0,08%)
DI - Janeiro 26: 11,96 % aa (-0,37%)
DI - Janeiro 27: 12,01 % aa (-0,91%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,5474% / 106.472 pontos
Dow Jones: 0,2342% / 32.803 pontos
Nasdaq: -0,4955% / 12.658 pontos
Nikkei: 0,26% / 28.249 pontos
Hang Seng: -0,77% / 20.046 pontos
ASX 200: 0,07% / 7.021 pontos
ABERTURA
DAX: 0,543% / 13647,69 pontos
CAC 40: 0,754% / 6521,17 pontos
FTSE: 0,376% / 7467,68 pontos
Ibov. Fut.: 0,29% / 106779,00 pontos
S&P Fut.: 0,31% / 4159,75 pontos
Nasdaq Fut.: 0,340% / 13286,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,90% / 116,79 ptos
Petróleo WTI: -0,97% / $88,15
Petróleo Brent: -0,96% / $94,01
Ouro: 0,13% / $1.776,92
Minério de Ferro: 2,51% / $111,85
Soja: -0,02% / $1.614,75
Milho: -1,02% / $603,50
Café: -0,79% / $209,15
Açúcar: 0,33% / $17,93