A redução de ritmo por parte do FOMC não foi acompanhada de um discurso mais suave (dovish) quanto ao futuro dos juros nos EUA, sequer sobre sua taxa terminal, a qual pode permanecer elevada por um período mais longo de tempo, conforme citado por Powell na entrevista após a decisão dos juros.
Uma parcela dos investidores globais alimentava a expectativa de que o Fed aliviaria seu discurso, após a série de inflações abaixo das expectativas, a maioria baseada na redução do custo de combustíveis, seguindo a queda do preço barril do petróleo.
Além disso, sabendo da força do mercado de trabalho ainda presente e da baixíssima capacidade de qualquer banco central no mundo lidar com choques de oferta, Powell, foi enfático ao dizer que “Não vamos considerar sob nenhuma circunstância a mudança das metas de inflação”.
Esta atitude do Fed traz um alento importante neste sentido, pois como citamos em algumas ocasiões anteriores, havia o temor de basear decisões importantes de juros neste movimento sem fundamento de curto prazo do petróleo seria no mínimo temeroso, o que pode de certa maneira ocorrer no BoE e no BCE.
A inflação ao atacado na Alemanha hoje registrou mais uma deflação mensal, a segunda consecutiva, após uma alta de 1,6% em setembro, ambos os efeitos vêm do impacto do custo e oferta de energia e transportes.
As tais “fontes” citam que a Alemanha conseguiu se reabastecer de gás russo, apesar da série de sanções ainda em voga contra o invasor da Ucrânia, de forma a evitar tanto um colapso de sua indústria, quanto da população no inverno, após o EnergieWende fechar praticamente todas as usinas nucleares do país.
Neste contexto, portanto, após um recado mais duro do Fed, as atenções se voltam às duas decisões de juros na Europa e a possível redução de ritmo em ambas, seguindo as premissas do Fed mais hawkish, o qual, porém, mesmo não admitindo inicialmente não alterar as metas de inflação, diz que “pode ser um projeto de longo prazo em algum momento”, ou seja, dove sempre será dove.
Localmente, a entrevista do futuro ministro da economia citando a incapacidade neste momento de se elevar os gastos como forma de estimular a economia trouxe um breve alívio aos mercados, ainda que tal discurso não combine com a realidade da busca de um rompimento bastante forte do teto dos gastos.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa pelas decisões do BoE, BCE e reagindo ao FOMC.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, também por reação ao discurso mais pesado de Powell quanto aos juros e de dados de varejo e indústria fracos na China.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, sem grandes perspectivas de mudanças quanto à demanda mundial.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,17%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2896 / -0,28 %
Euro / Dólar : US$ 1,06 / -0,674%
Dólar / Yen : ¥ 136,68 / 0,856%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / -0,837%
Dólar Fut. (1 m) : 5326,13 / 0,18 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,89 % aa (0,15%)
DI - Janeiro 24: 14,07 % aa (0,05%)
DI - Janeiro 26: 13,71 % aa (1,95%)
DI - Janeiro 27: 13,62 % aa (1,98%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,1991% / 103.746 pontos
Dow Jones: -0,4172% / 33.966 pontos
Nasdaq: -0,7633% / 11.171 pontos
Nikkei: -0,37% / 28.052 pontos
Hang Seng: -1,55% / 19.369 pontos
ASX 200: -0,64% / 7.205 pontos
ABERTURA
DAX: -1,240% / 14280,88 pontos
CAC 40: -1,245% / 6646,98 pontos
FTSE: -0,734% / 7440,93 pontos
Ibov. Fut.: 0,35% / 105785,00 pontos
S&P Fut.: -1,08% / 3954,75 pontos
Nasdaq Fut.: -1,285% / 11595,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,53% / 113,95 ptos
Petróleo WTI: -0,34% / $77,02
Petróleo Brent: -0,25% / $82,49
Ouro: -1,50% / $1.777,05
Minério de Ferro: 2,65% / $111,50
Soja: -0,29% / $1.479,25
Milho: -0,27% / $649,50
Café: 0,69% / $168,30
Açúcar: -0,54% / $20,20