Simetria Com Cena Externa Desaparece e Evidencia Que Nosso Problema é o Brasil!

Publicado 17.05.2019, 07:30
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Tem sido objeto de nossa observação o relevante desvio de atribuição de origem das causas do comportamento volátil e com mutações substantivas dos preços dos ativos no mercado financeiro brasileiro, normalmente atribuído com ênfase aos conflitos externos com ênfase ao embate comercial sino-americano e com discreto peso atribuído ao conturbado ambiente interno no país, com marcante conflito e enfrentamento dos poderes constituídos, com invasão de competências e um ambiente de relacionamento absolutamente hostil em torno da tramitação da Reforma da Previdência.

Então, com este mascaramento das efetivas causas, ancorada numa enganosa simetria de comportamento entre o externo e interno, foi possível transfigurar o comportamento nervoso e incerto dos segmentos do nosso mercado financeiro com atribuição de culpas e causas à cena externa, bem isto até que ocorresse como ocorreu agora a assimetria do comportamento do mercado externo, em especial dos dados de Wall Street, com o comportamento do nosso mercado financeiro.

Bolsas americanas em alta e dólar sem muitas atribulações, enquanto que por aqui a Bovespa sofre substantiva queda do seu índice e dos preços de suas ações e o dólar continua especulado fortemente ultrapassando a barreira dos R$ 4,00.

O cenário e seu contexto falam mais do que quaisquer teorias e acaba por deixar patente e evidente que, como temos dito, o problema do Brasil é o próprio Brasil e que neste momento é quase “uma ilha”, já que está preso numa “redoma” sem capacidade de reagir amplamente contido em todas as suas iniciativas necessárias e reclamadas por total falta de recursos, convivendo com uma severa crise fiscal, que em caso de não aprovação da Reforma da Previdência como fator primeiro atenuante poderá deixá-lo em condição de inviabilidade absoluta.

Por isso, “todos” acreditam que de uma forma ou de outra haverá um Reforma da Previdência resultante dos fortes embates, com maior ou menor grau de desidratação, tendo em vista que a situação sugere uma única hipótese “aprovar ou aprovar” para não permitir o caos que os estrangeiros que estão apostando (especulando) com suas posições compradas no mercado futuro de dólar acreditam ou pelo menos anseia neste momento.
A BOVESPA está “derretendo” na medida em que a economia confirma a sua má performance no 1º trimestre, mas pode estar indo um pouco além na baixa por exacerbação, mas, a rigor, há um fundamento para justificar o fato, talvez não a intensidade. O investidor estrangeiro não investe e o pouco que ainda tem acaba desinvestindo gradualmente.


O CÂMBIO está claramente especulado e isto acontece sem nenhuma racionalidade, provavelmente pela nossa antiga e não mais existente fragilidade nas contas externas ou até por termos tantas fragilidades, menos esta, que acabam por nos igualar, erroneamente, com os demais emergentes e agirem de forma equânime contra todos.

Não nos preocupa este movimento especulativo no dólar, salvo o impacto de curtíssimo prazo nos preços relativos da economia brasileira, em especial no petróleo que é básico no modal de transporte rodoviário no Brasil que representa 70% do fluxo de movimentação de carga, e que de imediato impacta no preço dos fretes e cria ambiente conflitante entre governo/Petrobrás/caminhoneiros, deixando sempre a intranquilidade de movimentos grevistas que podem ser extremamente danosos ao país.

O Banco Central do Brasil tem se comportado com absoluta sensatez, não indo com enfrentamento aos especuladores, mantendo a observação do “curso” do mercado, fazendo a rolagem das posições de hedge vincendas de forma pontual e oferta, quando e se necessário, de linhas de financiamento de moeda estrangeira com recompra.

Certamente, o preço que ora persiste no nosso mercado é absolutamente “fora da curva” e não tem sustentabilidade para se manter qualquer que seja a Reforma da Previdência aprovada. É uma questão de tempo, mas de toda forma impacta nos preços relativos da economia e a reversão posterior é sempre difícil.

O grande perigo é eventual pressão sobre o juro com fundamento que a protelação da aprovação da Reforma da Previdência poderá apertar a liquidez do governo central, e, o país tem soberbo montante de dívida pública que precisa remunerar, o que pode criar desalento.

A perspectiva para o país ainda perdura “binária”, pois não há como eliminar-se a perspectiva de caos, embora consideremos difícil, mas é preocupante quando se verifica o conflito entre os poderes e a frágil capacidade de articulação, em especial do governo, que por vezes parece refém dos políticos, culminando com relações conflituosas que proporcionam incertezas.

Neste cenário, as projeções ficam fragilizadas como dados indicativos para gestão, desaparecendo as bases fundamentalistas e comprometendo a credibilidade.

Por isso, os investimentos privados, nacionais e estrangeiros, estão estagnados e o governo sem nenhuma capacidade dada a inexistência de recursos.

Há um hiato na atividade econômica brasileira, e, não há solução no curto prazo que não passe pela aprovação da Reforma da Previdência como passo inicial.

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