Com Mariana Guimarães
Setembro começa com condições climáticas extremas em diversas regiões do Brasil, caracterizadas por uma onda de calor intensa, baixa umidade relativa do ar e escassez de chuvas.
Região Norte
A região está entre as mais afetadas, com temperaturas que ultrapassam os 40°C, especialmente no Amazonas e Pará. A previsão de umidade relativa do ar mostra níveis críticos abaixo de 20,0% em várias áreas, o que agrava o risco de incêndios florestais. Chuvas pontuais são esperadas apenas em partes do Amazonas, mas os volumes são insuficientes para compensar a seca, o que pode resultar em impactos negativos na produção agrícola e no extrativismo. A cultura do açaí, por exemplo, pode sofrer com a falta de água, comprometendo a qualidade dos frutos.
Região Nordeste
No Nordeste, o cenário é igualmente desafiador. Estados como Maranhão e Piauí também registram temperaturas superiores a 40°C, com baixa umidade relativa do ar, especialmente no interior. As chuvas, já escassas, são previstas apenas na faixa litorânea, mas não serão suficientes para aliviar a seca no interior. A agricultura de sequeiro, que depende das chuvas sazonais, está sob grande risco, com culturas como milho e feijão enfrentando dificuldades para se desenvolver. A pecuária também sofre com a falta de água e pastagens secas, elevando os custos com suplementação alimentar.
Região Centro-Oeste
O Centro-Oeste do país é uma das regiões mais impactadas pela onda de calor. As temperaturas devem alcançar 40°C ou mais em várias áreas, como Mato Grosso e Goiás, com umidade relativa do ar caindo para níveis alarmantes, abaixo de 15,0% em muitos locais. Essa combinação de calor extremo e ar seco cria um ambiente propício para queimadas, além de dificultar o desenvolvimento das lavouras de soja e milho, que são fundamentais para a economia da região. A falta de chuvas, prevista para todo o mês de setembro, pode atrasar o início do plantio da safra de verão, comprometendo o calendário agrícola.
Região Sudeste
No Sudeste, as condições também são preocupantes, especialmente em Minas Gerais e São Paulo, onde as temperaturas podem chegar a 39-40°C, com umidade relativa do ar abaixo de 20,0%. Essas condições favorecem o surgimento de incêndios florestais, além de dificultar a manutenção das pastagens e o desenvolvimento de culturas como o café, que pode sofrer com a perda de qualidade devido ao estresse térmico. A previsão de chuvas é limitada ao litoral de São Paulo e Rio de Janeiro, com o interior permanecendo seco, o que agrava ainda mais o cenário para a agricultura.
Região Sul
A região é a única que deve receber chuvas significativas durante setembro, especialmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As temperaturas também serão mais amenas em comparação com outras regiões, com máximas em torno de 28°C. No entanto, mesmo com a previsão de chuvas, o Sul não está totalmente imune aos impactos climáticos.
Em resumo, um mês de grandes desafios climáticos
Setembro apresenta um panorama climático desafiador para a agropecuária em todo o Brasil. Cada região enfrenta condições adversas específicas, seja devido ao calor extremo, à baixa umidade ou à falta de chuvas. As previsões indicam a necessidade de que os produtores adotem estratégias adaptativas para mitigar os impactos e assegurar a continuidade das atividades agrícolas e pecuárias. O acompanhamento constante das condições climáticas e a adaptação rápida às adversidades serão essenciais para minimizar as perdas ao longo deste mês marcado por extremos.
Início da semana com alta no preço da novilha em São Paulo
O mercado abriu a semana com aumento na procura por novilhas. A demanda por bovinos com até 30 meses destinado ao mercado externo tem aumentado. A oferta está mais enxuta e provocou uma alta de R$2,00/@ para a novilha. Para as demais categorias, os preços seguiram estáveis na comparação com a última sexta-feira (6/9).
Abate de bovinos bate recorde no 2° trimestre, destaque para as fêmeas
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados completos das Estatísticas da Produção Pecuária para o 2° trimestre. O destaque ficou para os resultados das categorias dos abates de fêmeas.
Os abates de vacas aumentaram 2,2% em relação ao 1° trimestre de 2024 e 18,8% em relação ao 2° trimestre de 2023.
Para as novilhas, os abates aumentaram 8,0% na comparação com o 1° trimestre de 2024 e 25,4% frente ao 2° trimestre de 2023.
Mercado atacadista de carne com osso
Nesta segunda semana de setembro a cotação dos cortes da carne bovina apresentou aumento generalizado. A carcaça do boi casado capão subiu 2,4%, e a cotação da carcaça do boi casado inteiro subiu 1,9%.
A vaca casada registrou a maior alta, com 3,2%, e a cotação da novilha casada subiu 3,1%.
No mercado de suínos*, observou-se uma queda de 0,8%, na comparação com a semana anterior.
Já o mercado de frango** apresentou um movimento contrário, com a cotação do frango médio registrando um aumento de 3,9%.
*Animal abatido, sem vísceras, patas, rabo e gargantilha.
**Ave que leva em consideração o peso médio da linhagem para um lote misto, com rendimento de carcaça estimado em 74,0%.