O mercado de criptoativos simplesmente surgiu sem pedir licença. Muitas pessoas tentaram ficar longe dele, mas hoje, dentro de um portfólio diversificado de investimentos, faz muito sentido ter uma porcentagem de ativos digitais. Fundos, bancos, corretoras e até clubes de futebol já têm apostado neste tipo de tecnologia para levantar recursos.
Diante deste cenário e da quantidade de golpes que temos visto envolvendo o assunto recentemente, achei pertinente levantar este debate.
Em primeiro lugar, vale uma breve explicação sobre o que são os criptoativos. Eles nada mais são do que representações digitais de valores monetários.
Utilizados como reserva por muitas pessoas, são protegidos pela tecnologia de criptografia, que transforma dados e mensagens em códigos com o objetivo de deixá-los mais protegidos durante o processo de comunicação.
Hoje, existem diversos tipos de criptoativos disponíveis no mercado. As criptomoedas, NFTs e Tokens, as mais famosas até aqui, são apenas subcategorias dentro deste universo.
Esses ativos rodam dentro de uma base de tecnologia que conhecemos como blockchain, que nada mais é do que um grande banco de dados descentralizado por onde as transações ocorrem.
Um levantamento da plataforma CoinMarketCap mostrou que no início deste ano, existiam mais de 15 mil opções para os investidores.
A mais famosa delas, sem dúvida, é o Bitcoin. Sua criação ocorreu em meados de 2008 e mostrou ser possível realizar transações financeiras pela internet sem a necessidade de um intermediário, no caso, os bancos.
Foi o BitCoin quem chamou a atenção para este ecossistema ao sair de algumas centenas de reais para uma cotação de mais de R$300 mil recentemente. A partir deste movimento e de outros anteriores, houve uma popularização desta classe.
Contudo, por ser algo novo, ainda gera uma série de dúvidas entre os investidores.
Neste sentido, é importante comentar a falta de regulamentação deste mercado no Brasil. Contudo, o tema vem sendo discutido em Brasília há mais de cinco anos e alguns projetos de lei já foram colocados em pauta.
Isto não quer dizer, no entanto, que você não precise declarar a posse de criptoativos em seu Imposto de Renda. Há, inclusive, uma tabela progressiva de taxação, tal como ocorre em mercados regulados.
Para investir, existem várias formas. As corretoras deste universo são chamadas de Exchanges e já existem algumas delas em operação no Brasil. O processo de cadastro não é muito diferente daquele que encontramos em casas tradicionais.
Também existe a possibilidade de fazer aplicações via fundos de investimentos e ETFs na bolsa de valores brasileira.
Por fim, há a questão dos riscos envolvidos neste tipo de operação. Uma delas é a volatilidade, algo óbvio, mas ainda assim importante de ser pontuado já que nem todos os investidores têm "estômago" para suportar as oscilações do dia a dia.
Por outro lado, tem sido comum nos depararmos com casos de pessoas que sofreram golpes ao investir neste tipo de ativo. Para não cair em armadilhas, é preciso checar o CNPJ da Exchange, seu histórico e levantar o máximo de informações que ajudem a trazer segurança na sua decisão.
Também desconfie de promessas de retornos garantidos. Se você já investe, dizer isso é chover no molhado, mas ainda assim é importante detalhar os cuidados. Estelionatários têm se disfarçado de empresas e aplicativos a fim de aplicarem golpes, daí a importância de estudar os lugares nos quais você deixará o seu dinheiro.
Os criptoativos talvez não dominem o futuro sozinhos como pregam alguns, mas, sem dúvida, podemos afirmar que vieram para ficar. A rede de supermercados Carrefour (SA:CRFB3), por exemplo, fez uma parceria com a Coin Cloud para a instalação de caixas eletrônicos de criptomoedas em suas lojas, o que mostra a aceitação deste tipo de ativo pelas empresas e pessoas.
Fazer parte disso é decisão de cada um. Se você tem dúvidas, comece devagar, sem comprometer uma parte significativa do seu capital.
Com o tempo e a evolução deste mercado, os resultados podem ser bastante interessantes. Pense nisso!