Durante a semana, os mercados de todo o mundo pararam para acompanhar as decisões de juros. Não é para menos. A inflação mundial segue pressionada e os Bancos Centrais têm dado um recado cada vez mais forte de que a alta de preços será combatida de frente.
Nos EUA, o Federal Reserve elevou as taxas dos Fed Funds em 0,75 ponto percentual em linha com o esperado pelo mercado. No Brasil, o Copom manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, indicando o fim do ciclo de aperto monetário.
Na Europa, há duas semanas o Banco Central Europeu (BCE) elevou a taxa de 0% para 0,75%, magnitude que não ocorria desde que o euro passou a ser utilizado como moeda. O cenário que deu origem ao quadro atual é conhecido por todos.
Ainda vivemos uma desorganização das cadeias produtivas gerada pela pandemia e um cenário geopolítico conturbado com o conflito entre Rússia e Ucrânia.
Para adicionar ainda mais combustível à fogueira, China e EUA parecem viver um novo tensionamento nas relações a partir das discussões sobre Taiwan.
A resposta para o questionamento inicial do artigo é um tanto complexa, mas traçar o panorama do que temos pela frente ajudará você, investidora e investidor, a ter uma compreensão mais clara do cenário para tomar a melhor decisão.
No Brasil, as reduções dos impostos e dos preços dos combustíveis ajudaram a inflação a ceder, o que causou deflação no mês de agosto. Isto sem falar da atuação do Banco Central, que tem feito um trabalho bastante estável na condução da política monetária.
Contudo, alguns economistas têm alertado para o possível efeito transitório das medidas caso o próximo governo não faça os ajustes necessários na economia a fim de garantir a estabilidade fiscal.
Caso a lição de casa seja feita, a avaliação de muitas pessoas é a de que o país estará posicionado para ser um dos principais destinos do capital estrangeiro.
Segundo Luis Stuhlberger, gestor da Verde Asset Management, apesar da desorganização tributária, fiscal e trabalhista, o Brasil não é um local hostil com investidores de fora.
Tanto que fomos um dos países no mundo que mais receberam recursos no primeiro trimestre de 2022, cerca de US$27,88 bilhões segundo a OCDE.
Nos EUA, há uma tendência de queda inflacionária uma vez que a atuação do FED tem sido contundente em seus comunicados sobre a política monetária. Neste caso, vale ressaltar que os índices de emprego e de salários ainda seguem elevados por lá, o que abre espaço para os ajustes dos juros até a marca de 4% ao ano, ponto de equilíbrio dos preços da economia norte-americana conforme projetado por alguns agentes de mercado.
Na Europa, a inflação na Zona do Euro chegou a 9,1% em agosto por conta da energia mais cara. Essa elevação de preços é fruto do conflito entre Rússia e Ucrânia. Sobre isso, é importante dizer que enquanto não houver uma resolução para esta questão, dificilmente o velho continente voltará à normalidade, o que deve continuar a pressionar os indicadores inflacionários no mundo.
Do lado da investidora e do investidor, fica a lembrança da importância de diversificar a carteira. Vivemos dias complexos e mudanças conjunturais podem sair dos atuais conflitos. Por isso, talvez nunca tenha sido tão importante não colocar “todos os ovos na mesma cesta.”
Pense nisso!