No mercado, uma empresa agnóstica é aquela que não depende de um determinado player para crescer suas linhas de negócio. Uma espécie de “white label” que se beneficia de diversas vertentes e auxilia o desenvolvimento do mercado através de suas aplicações, independentemente do tamanho do cliente, de sua linha de negócio ou estratégia de crescimento.
Durante muitos anos, a companhia que dominou as soluções logísticas no Brasil foi os Correios. Agnóstica, a estatal tem uma capilaridade grande que permitiu a interligação entre as cidades deste país de dimensões continentais. Contudo, a sua solução está longe de ser ótima. Na era do e-commerce, os Correios se mostraram uma empresa ineficiente, cara e com nível de serviços bastante aquém do desejado.
De acordo com a associação de operadores logísticos do país, o modal rodoviário representa 61% do transporte de cargas, contra 21% de ferrovias, 14% marítimo ou fluvial e 4% de outras soluções. Outro dado relevante é que o Brasil gasta aproximadamente 12% do seu PIB com o setor de logística de maneira mais ampla, aqui incluso transporte, armazenagem e inventário, enquanto em países desenvolvidos esse número é menos de 8% do PIB.
Pela ótica das empresas, em média, são gastos 11% da receita líquida em logística, sendo a maior parte (6%) em transporte, embora o e-commerce represente aproximadamente 10% do total do varejo. Já nos EUA, o e-commerce representa algo como 20% do varejo e os custos logísticos representam ao redor de 8% do faturamento das companhias.
Com esses números em mente, fica clara a necessidade do desenvolvimento de nossa malha, através de uma solução eficaz, barata, com capilaridade e nível de serviço melhorado.
Fundada em 2010, a Sequoia (SA:SEQL3) rapidamente cresceu orgânica e inorganicamente e já é o maior player de logística privada do país, com presença em 4.400 cidades e foco no interior, mais de 47 milhões de pedidos entregues nos últimos 12 meses e atendimento a oito dos dez maiores e-commerces do país.
Em seu evento na semana passada, a companhia deu mais detalhes sobre sua estratégia de crescimento, em especial em três tópicos: M&A; investimento em tecnologia; melhorias operacionais.
Em relação ao primeiro tópico, já foram realizadas cinco aquisições desde o IPO, há um ano, de modo a adicionar uma receita combinada de R$ 690 milhões (equivalente a 39% da estimativa de receita para 2021), e houve a criação da Drops, cujo objetivo é dar maior conveniência para o pequeno seller, que até então ficava limitado ao volume mínimo de entrega e com pouco acesso à rastreabilidade das encomendas. Para o futuro, o pipeline de possíveis aquisições inclui 23 empresas e R$ 5,4 bilhões de receita bruta potencial.
No tema tecnologia, pude verificar in loco a capacidade da companhia de controle dos pedidos, roteirização e tracking de nível de ruptura “real time”. Além disso, foram investidos milhões em novos “sorters” (sistemas de classificação automática de pedidos), expandindo a capacidade de atendimento aos mais variados sellers e possibilitando o crescimento exponencial dos players asiáticos. Em três meses, por exemplo, estes passaram a ser um dos principais clientes da companhia, multiplicando a receita em 19 vezes.
Por fim, em termos de melhorias operacionais, a Sequoia aumentou seu universo de cobertura em mais de mil cidades em um ano e apresentou crescimento de 81% no número de pedidos na Black Friday (65% no interior do país). Através de um modelo de negócios escalável, consegue capturar até 60% em sinergias operacionais em até oito meses nas novas investidas.
Seja no B2C (entrega ao consumidor final), no B2B (entrega para empresas) ou nas demais soluções logísticas, pouco importa quem será o vencedor (ou os vencedores), a Sequoia (SEQL3) preparou uma solução agnóstica que poderá impulsionar todos os tipos de negócio. Negociando a atrativos 20 vezes lucros, a empresa está no hall das escolhidas da nossa carteira.