O apetite por risco dos investidores tem diminuído nas últimas semanas, embora, até o momento, a maior parte das vendas esteja concentrada nas ações dos EUA. Enquanto isso, os principais mercados globais continuam registrando ganhos em 2025, com base no desempenho de ETFs até o fechamento de sexta-feira (14 de março).
Essa resiliência dos mercados fora dos EUA tem sustentado estratégias globais de alocação de ativos, mas a crescente ameaça de uma guerra comercial global tem fragilizado a confiança no curto prazo.
Uma análise comparativa entre uma postura agressiva e uma mais conservadora na alocação de ativos globais, baseada em índices de ETFs, mostra que o sentimento de "risk-on" tem perdido força. O indicador dessa estratégia caiu decisivamente abaixo de sua média móvel de 200 dias pela primeira vez desde setembro do ano passado. No entanto, enquanto a média móvel de 50 dias permanecer acima da de 200 dias, ainda há espaço para debate sobre a força desse movimento no curto prazo.
Por outro lado, o cenário para as ações norte-americanas deteriorou-se rapidamente. O rácio entre um amplo índice de ações dos EUA (SPY) e um ETF de baixa volatilidade (USMV) sinaliza que uma forte aversão ao risco pode se intensificar caso o mercado não encontre suporte em breve.
A comparação entre ações dos EUA (VTI) e mercados acionários desenvolvidos fora do país (VEA) também passou por uma reversão brusca e atípica.
Outro movimento marcante foi a rápida mudança na relação entre ações americanas (SPY) e títulos públicos dos EUA (BND), refletindo o aumento da busca por ativos de proteção.
Já o desempenho relativo das ações de pequenas empresas dos EUA (IJR) em comparação com as de grandes companhias (SPY) segue fraco. Embora momentos de otimismo com small caps surjam ocasionalmente, a tendência negativa para empresas de menor porte persiste, indicando que os receios atuais estão penalizando ainda mais esse segmento.
A dúvida central é se essa recente queda no apetite por risco será temporária ou o início de uma correção mais prolongada. A resposta dependerá da evolução do cenário macroeconômico global. No momento, o risco tarifário pesa sobre as expectativas, e muito dependerá das decisões futuras sobre as relações comerciais entre os EUA e seus parceiros globais.
Enquanto isso, o viés do mercado continua inclinado para a cautela. O relatório da OCDE divulgado hoje reduziu suas projeções de crescimento econômico global para 2025 e 2026, alertando que as recentes medidas de política comercial podem ter impactos duradouros caso sejam mantidas. Até que haja mais clareza sobre o rumo dessas decisões, a busca por uma postura defensiva deve continuar a dominar o comportamento dos investidores.
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