Há algumas semanas muitos analistas questionavam a volatilidade do mercado, a qual havia se dissipado e fortalecia os ganhos em ações e o enfraquecimento do dólar. Porém, a alguns dias da decisão de juros da economia americana e da brasileira, a Super Quarta, os mercados intensificaram as incertezas quanto aos próximos passos dos bancos centrais.
Começando pelo mercado doméstico, após os discursos das autoridades da autarquia monetária, o mercado passou a levantar a hipótese de mais aumentos na taxa básica de juros, a Selic, assim como entendeu o recado de que os juros ficarão elevados por um bom tempo.
E para intensificar o cenário doméstico, nesta semana os dados da inflação dos EUA foram piores que o esperado, consolidando as expectativas de continuidade da escalada dos juros na reunião do Federal Reserve Fed.
Neste combo, as principais bolsas tiveram a maior queda semanal desde junho deste ano e o dólar ganhou força, fortalecendo o cenário de aumento de volatilidade e cautela dos investidores, que esperam pela Super Quarta.
Neste cenário, a expectativa é que o Fed aumente os juros americanos em 0,75 ponto percentual e acompanhe um tom mais duro no seu discurso, o qual deverá sinalizar a continuidade de aumento dos juros nas próximas reuniões de igual ou maior magnitude, levando a projeções que já chegam a 4% para o juro americano até o fim deste ano.
Contudo, o principal ponto é a preocupação com o impacto do aumento dos juros em maior magnitude na atividade econômica americana em um curto período de tempo, este que poderá elevar as expectativas de recessão na maior economia mundial. Assim, a próxima quarta trará uma das principais reuniões do Fed.
Olhando para a nossa economia, as expectativas da política monetária brasileira também ganharam atenção dos investidores. O cenário que vinha da manutenção da Selic para a próxima reunião agora traz uma possibilidade de mais um aumento de 0,25 ponto percentual.
Assim, trazendo a minha análise para vocês, o processo de desinflação já observado e a continuidade da convergência da inflação para a meta nos próximos anos, são pontos que corroboram para a manutenção da Selic em 13,75%, porém, hoje acredito que poderemos observar uma mensagem que ficará aberta para novos aumentos nas próximas reuniões.