A semana conta a divulgação do PIB do segundo trimestre brasileiro assim como o relatório de emprego americano, o Payroll, sendo os dois dados macroeconômicos importantes para o ciclo econômico de ambas as economias e consequentemente para a estratégia de investimento de todo e qualquer investidor.
Por um lado, começando pela atividade econômica brasileira, o segundo trimestre contou com a retomada do setor de serviços, este o motor da economia brasileira que foi influenciado pela maior reabertura das atividades assim como pela demanda reprimida, esta potencializada pelos incentivos à demanda como a liberação do FGTS e a antecipação de pagamento do 13º salário. Neste contexto, a expectativa é que a economia brasileira tenha crescido cerca de 1% no comparativo trimestral e 2,8% em quatro trimestres.
Neste cenário o que muda para o investidor é que a expectativa de uma melhor atividade econômica para o terceiro trimestre do ano influencia tanto a Selic, que já tem o aval do mercado para o fim do ciclo de alta mas que deverá seguir no atual patamar pelos próximos dois trimestres, beneficiando os títulos públicos prefixados que tendem ao aumento de seus preços quanto as atividades que performam positivamente com crescimento econômico, como aquelas empresas cíclicas.
Por outro lado, os dados do mercado de trabalho americano, especialmente o Payroll, poderão trazer ainda mais volatilidade (VIX) para o mercado após as duras falas do presidente do Banco Central americano no evento de Jackson Hole. No contexto geral, o Federal Reserve em seu duplo mandato de combater a inflação e fomentar o pleno emprego poderá ser pressionado a apertar o passo na subida de juros com dados acima do esperado pelo mercado, hoje com projeção de 300 mil vagas criadas em agosto.
Neste contexto, a velocidade na escalada dos juros americanos afeta diretamente os ativos de risco, em especial as empresas de crescimento, que tanto dependem do dinheiro barato para continuar expandindo. Neste cenário, poderemos ver ainda um ganho na moeda americana, que ganha força com os dados mais animadores da inflação ao consumidor dos EUA.
Por fim, enquanto o cenário internacional deve continuar em um movimento incerto para o aumento dos juros e consequentemente para a atividade econômica, o cenário doméstico vai se concretizando para o ciclo de recuperação da economia brasileira, que conta com o fim do ciclo do aperto monetário, favorecendo os investimentos que se fortalecem com o cenário de estabilidade dos juros, crescimento econômico além do processo de desinflação ao longo dos próximos meses.