A semana macro conta com o IPCA-15 de agosto, que será divulgado na quarta-feira. A expectativa de acordo com o calendário econômico da Investing é de deflação de 0,80%, chegando na taxa acumulada em 12 meses de 9,50%. Os fundamentos para essa expectativa se mantêm os mesmos vistos no resultado de julho, com peso na queda dos preços dos combustíveis.
Neste cenário, as expectativas de inflação semana pós semana têm caminhado para a afirmação do processo de desinflação no país neste ano. Hoje, o Boletim Focus mais uma vez trouxe a queda das expectativas do mercado para o IPCA de 2022, em que a mediana passou de 7,02% para 6,82% com queda nas expectativas também para 2023, hoje em 5,33%.
Fonte: Banco Central
Sem dúvida, o cenário para a inflação brasileira nos leva para oportunidades em diferentes classes de investimento, em especial para os títulos de renda fixa, que se beneficiam com o fechamento da curva de juros, como por exemplo os títulos pré-fixados. Já no médio e longo prazos, empresas cíclicas se beneficiam do aumento do poder de compra da população.
Ainda sobre o cenário de inflação, na sexta-feira será divulgado o PCE, indicador de preços das despesas de consumo pessoal dos EUA, o principal índice de inflação quando o assunto é política monetária. Neste contexto, após os dados do CPI, a expectativa é também de deflação e, se confirmada, poderemos esperar um Fed mais dovish na decisão dos juros nas próximas reuniões; em outras palavras, poderemos esperar uma alta de 0,50 p.p. ao invés de outra de 0,75 p.p.
Assim, os dados de inflação tanto do Brasil como dos EUA desta semana confirmam que o pico inflacionário pode ter ficado no passado, favorecendo a credibilidade dos bancos centrais no combate da inflação e consequentemente na manutenção da atividade econômica para este e o próximo ano.
Na minha visão, o cenário da escalada dos juros americanos ainda não se confirmou, ou seja, sua magnitude ainda será testada com dados de inflação e do mercado de trabalho de agosto, contudo, já podemos perceber que o cenário segue com aumento dos juros e as consequências, a priori, para um dólar mais fortalecido no curto prazo.