O ano de 2022 vai chegando ao fim e com ele a agenda macroeconômica que tanto influenciou os ativos do mercado financeiro. Nesta semana, dois fatos macroeconômicos serão importantes para o investidor: inflação ao consumidor americano, CPI, assim como a última decisão do Federal Reserve, Fed, para as taxas de juros.
Começando pela inflação, a expectativa do mercado é que avance 0,3% em novembro frente ao mês anterior, acumulando 7,3% em 12 meses, ante 7,7% de outubro, ou seja, o processo de desinflação na economia dos EUA deverá seguir o seu curso, corroborando com a expectativa para o Fed diminuir o ritmo na alta de juros.
Neste cenário, na quarta-feira o mercado precifica alta de 0,50 ponto percentual para as Fed Funds, após quatro altas consecutivas de 0,75 ponto percentual. A análise que deve ser feita para essa decisão é explicada por um lado pelo arrefecimento da inflação e por outro pela perda de força do mercado de trabalho, com a taxa de desemprego que aumentou de 3,5% para 3,7% nos últimos meses.
Impactos nas bolsas de valores e no câmbio
Com a expectativa de diminuir o ritmo de juros na economia americana, um dos impactos, de curto prazo, poderá ser a estabilidade das bolsas de valores, especialmente dos EUA. Na economia doméstica, ainda que o cenário internacional de juros favoreça os ativos da bolsa brasileira, a pauta fiscal e política deverá continuar ditando a volatilidade do mercado acionário.
Para o câmbio, a expectativa é de menores pressões na valorização do dólar frente aos seus pares, verificado pelo índice DXY e consequentemente para a divisa cambial real / dólar.
O ponto de atenção, na minha visão, serão os resultados corporativos deste último trimestre, seja para a bolsa americana assim como para a brasileira, que poderão refletir a desaceleração econômica e consequentemente resultados piores das empresas. Este cenário será verificado a partir de janeiro do próximo ano.
Assim, o cenário macroeconômico da economia americana já pode começar a dar sinais de que o fim do ciclo de alta de juros está próximo e o próximo ponto será observar, de perto, as consequências do aumento de juros na atividade econômica.