Nesta semana a agenda macro conta tanto com dados internacionais assim como da economia doméstica, sendo a principal divulgação do IPC, inflação ao consumidor dos EUA, com a expectativa de deflação de 0,1% no comparativo mensal, a qual poderá influenciar a decisão dos juros americanos na próxima semana.
Com a expectativa de que o pico de inflação dos EUA fique para trás, o cenário para o IPC anualizado é de 8,1% em agosto ante leitura de 8,5% no mês anterior. Contudo, com os dados do mercado de trabalho ainda resilientes, como do último payroll e da taxa de desemprego, o núcleo de inflação (IPC-núcleo) estará pressionando, corroborando com a expectativa para que o Federal Reserve, Fed, continue a escalada de juros na próxima reunião, que acontece entre os dias 20 e 21 de setembro.
Neste cenário, a questão hoje levantada é a magnitude do aumento de juros, a qual o mercado majoritariamente acredita na alta de 0,75 ponto percentual nas Fed Funds de acordo com o Monitor da Taxa de Juros do Federal Reserve do Investing.com, chegando nas taxas de 3,00-3,25%. Porém, dados de inflação melhores que o esperado poderão mudar o cenário para o aumento dos juros americanos para uma alta de 0,50 ponto percentual.
Os efeitos de uma decisão mais dura quanto à política monetária dos EUA, aumento de 0,75 p.p. e discurso hawkish, poderão ser refletidos no fortalecimento do dólar frente aos seus pares, verificado pelo DXY e, consequentemente, na expectativa de desvalorização da moeda de países emergentes, como do Brasil, que hoje está em R$ 5,0956 e deverá se manter próximo desse patamar até o fim de 2022 conforme o processo de aperto de monetário pelo Banco Central brasileiro chegue ao fim.
E falando em política monetária brasileira, na próxima semana também teremos a decisão da taxa Selic, ou seja, teremos mais uma Super Quarta! Por aqui, as expectativas do mercado são de manutenção da Selic, em 13,75%, após a melhora das revisões para o IPCA tanto para 2022 quanto para 2023.
Por fim, sigo com a cautela nos investimentos em um cenário que conta com o aumento dos juros das economias avançadas enquanto por aqui, a sinalização é de manutenção dos juros no atual patamar por um longo período.
Um abraço e ótima semana!