Este é o último dia útil de maio, segunda-feira, dia 31/05, feriado nos EUA - Memorial Day - e no Reino Unido - Spring Bank Holiday. Aliás, nesta semana são dois dias de feriado, nesta segunda-feira, como citado, e na quinta-feira, com o Corpus Christi no Brasil. Nestes dias de feriado, nos EUA e no Reino Unido, a liquidez tende a ser bem mais baixa, o que se recomenda aos investidores mais cautela, só de olho nos ativos e não operando muito.
Sobre a agenda da semana, há a divulgação de PMIs ao redor do mundo, o PIB brasileiro na terça-feira e o payroll norte-americano de maio, principal indicador de mercado de trabalho, na sexta-feira. Na política, no Brasil, ainda seguem os debates em torno da CPI da Covid e a polarização nas ruas.
Nesta segunda-feira saem três indicadores da FGV, que oferecem um bom panorama da economia no primeiro semestre e as expectativas para os próximos meses: o Índice de Confiança Empresarial (ICE) de abril e as Sondagens do Comércio e de Serviços de maio. Ao longo da semana ainda teremos as Sondagens da Construção Civil e da Indústria, todos da FGV.
Segunda-feira é dia também de Indicadores Fiscais Consolidados do Banco Central de abril, quando confirmaremos a boa trajetória do Tesouro neste mês em análise (R$ 21 bilhões), a arrecadação federal foi puxada pela economia crescendo mais do que o esperado, e, pelo lado das despesas, o atraso na aprovação do Orçamento da União segurou boa parte das despesas discricionárias e obrigatórias.
Na terça-feira (dia 1) saem variados indicadores PMI no exterior e no Brasil o PIB do primeiro trimestre, que deve vir melhor do que o esperado, entre estável, em pequena queda até crescendo 1%, o que deve ser um sinal para a revisão do PIB no ano, crescente acima de 4%, com algumas instituições já enxergando 5%. Isso parece ensejar alguma unanimidade, dada a “velocidade” da vacinação nos últimos dias. O segundo semestre deve ser de retomada mais consistente da economia, embora não possamos excluir o risco de uma “terceira onda”, ainda mais com a cepa indiana à espreita e os problemas políticos de sempre. Já são 462 mil mortos, mas caindo as mortes diárias.
Na quarta-feira (dia 2) é divulgado também o indicador de Produção Industrial de abril, pelo IBGE, para que seja possível esta melhor leitura da situação de retomada. Nos EUA, sai o Livro Bege, também um panorama bem amplo sobre o ritmo da economia norte americana. Por lá o que se tem é a inflação acelerada, na nossa opinião, temporária, pela reabertura e os gargalos de produção em alguns setores, como exemplo, nos semicondutores para automóveis, e uma economia que retoma lentamente em alguns setores, mais intensa em outros.
Na quinta-feira (dia 3), feriado no Brasil (Corpus Christi), mais PMIs variados em vários países e os indicadores de geração de emprego do setor privado norte-americano, ADP. Esta é também uma monitorização atenta por lá, pois saberemos com mais exatidão o ritmo na geração de empregos e os impactos paraelelos na inflação. Sexta-feira (dia 4) é dia de payroll e taxa de desemprego, ambos de maio, sendo que podem chegar a 500 mil vagas geradas, bem mais do que a “decepção” de abril (266 mil).
No Brasil, estejamos atentos as discussões em torno das reformas e as privatizações no Congresso, assim como a CPI da Covid e a possível extensão do auxílio emergencial para além de julho. Temos também as escaramuças em torno da crise hídrica e o uso intensivo de termoelétricas e o ciclo de vacinação.
Nesta terça-feira a CPI da Covid deve mobilizar muita gente com opiniões controversas, a começar pela médica NISE YAMAGUSHI, defensora do tratamento preventivo e da cloroquina. Será uma semana também em que deve repercutir os “recursos juridicos”, que muitos governadores devem apresentar contra o convite para depoimento na CPI.
Na agenda de reformas, avanços são previstos nas discussões do Senado em torno da MP da Eletrobras (SA:ELET3) e sobre as reformas administrativa e tributária.
No mercado, na sexta-feria o Ibovespa fechou em alta de 0,96%, a 125.561 pontos, na semana acumulando perdas de 1,36%, não apagando, no entanto, a alta de 1,75% no mês. É a segunda alta mensal consecutiva do índice, que já havia registrado valorização de 6,0% em março.
Maio foi marcado pela recuperação econômica dos EUA, em meio à vacinação em massa da população e estímulos governamentais. Por aqui, a pauta dominante foi a sanção do Orçamento de 2021, com o veto do governo a R$ 19,8 bilhões em emendas e despesas discricionárias, além de um bloqueio de mais R$ 9 bilhões que podem ser desbloqueados até o fim do ano.
Já o dólar recuou na sexta-feira 0,77%, a R$ 5,2148, terceira queda na semana, no menor patamar desde janeiro, frente ao real, com os mercados ainda embalados por um maior otimismo visto recentemente com a economia brasileira. Hoje é dia de Ptax, disputa entre comprador e vendidos e estejamos atentos aos próximos movimentos do BACEN no gerenciamento da política cambial.
No mercado de moedas virtuais, o bitcoin segue perdendo fôlego, ampliando o declínio em maio para cerca de 40%, com a repressão crescente na China e as preocupações ambientais. Segundo observadores, "o bitcoin está atualmente em um 'modo de espera', negociando na faixa de US$ 34.000 a US$ 40.000". A moeda acumula queda próxima a 40% no mês, o que, se mantido, será o pior desempenho mensal em vários anos.
Boa semana e bons negócios!