Argumentamos recentemente que o mês de março seria de definições relevantes para o direcionamento da economia global, com EUA, Zona do Euro e Europa tendo indicações para a condução de curto prazo da política monetária, junto à divulgação do arcabouço fiscal para a economia brasileira.
Em uma semana cheia de eventos macroeconômicos (divulgação do IPCA e do Payroll no Brasil e nos EUA, respectivamente), além da aparição de Jerome Powell no Congresso (que fez aumentar significativamente a chance de um aumento de 50 pontos base dos juros americanos na reunião de março), chama atenção a forte reação do mercado a riscos do setor bancário e financeiro nos EUA. Consequentemente, o ambiente de risk-off se instalou a partir de quinta-feira, levando a uma forte queda nas taxas das economias desenvolvidas.
Começando pelo cenário doméstico, o IPCA de janeiro teve leitura de 0,84%, acima de nossa projeção (0,79%) e mediana do mercado (0,78%). Acumulado em 12 meses, o IPCA desacelera 12bps para 5,60%. Todos os grupos, com exceção de Vestuário, apresentaram variação positiva. Este último, por sua vez, apresentou uma nova queda de -0,24% em razão de roupas (-0,42%) e joias e bijuterias (-0,72%). Também contribuindo positivamente para a inflação, temos desaceleração de Alimentação e Bebidas, com alta de 0,16% vs. 0,59% anterior. Por dentro do índice, observa-se alta de 0,14% e 0,50% para alimentação no domicílio e alimentação fora do domicílio, respectivamente.
Apesar da leve surpresa inflacionária ante nossas expectativas, a narrativa permanece a mesma. O primeiro trimestre do ano seguirá pressionado, mas não em razão de uma piora da dinâmica da inflação, mas sim fatores exógenos e sazonais. O Banco Central, por sua vez, não deve reagir aos dados da ponta apesar do headline elevado e permanecer aguardando mais clareza no que diz o cenário fiscal e externo.
Já no ambiente internacional, a economia norte-americana registrou criação de 311 mil novas vagas em fevereiro, novamente acima da expectativa do mercado (205 mil). Importante ressaltar que o número de janeiro foi revisado de 517 mil para 504 mil, enquanto os dados de fevereiro passaram de 260 mil para 239 mil. Apesar disso, o resultado ainda indica forte desempenho recente do mercado de trabalho.
O destaque fica, porém, com a perspectiva da política monetária e a estabilidade macrofinanceira dos EUA. No começo da semana, em sabatina no Congresso, Jerome Powell deixou a porta aberta para uma reaceleração do ritmo de altas de juros para 50 pontos base, o que colocou pressão em cima dos ativos de risco por gerar perspectiva de que os juros ficariam mais altos por mais tempo.
No entanto, na quinta-feira, temores sobre a saúde do setor financeiro nos EUA levaram a um forte sell-off do mercado, com os juros futuros e a Bolsa caindo fortemente. Nota-se, por exemplo, que apesar do forte Payroll, a taxa de dois anos nos EUA negociava próximo a 4,62% ao meio-dia de sexta-feira, cerca de 50 pontos base abaixo do máximo registrado na quarta-feira.
Volatilidade de juros futuros nos EUA via de regra contribuem para volatilidade em ativos de risco e, por enquanto, a perspectiva é que o mercado siga cauteloso até que a magnitude do problema no setor financeiro se aclare. Supondo ser um risco localizado e não sistêmico, mantemos nossa projeção de mais duas a três altas de 25 pontos base por parte do Fed.
Em uma semana cheia de eventos macroeconômicos (divulgação do IPCA e do Payroll no Brasil e nos EUA, respectivamente), além da aparição de Jerome Powell no Congresso (que fez aumentar significativamente a chance de um aumento de 50 pontos base dos juros americanos na reunião de março), chama atenção a forte reação do mercado a riscos do setor bancário e financeiro nos EUA. Consequentemente, o ambiente de risk-off se instalou a partir de quinta-feira, levando a uma forte queda nas taxas das economias desenvolvidas.
Começando pelo cenário doméstico, o IPCA de janeiro teve leitura de 0,84%, acima de nossa projeção (0,79%) e mediana do mercado (0,78%). Acumulado em 12 meses, o IPCA desacelera 12bps para 5,60%. Todos os grupos, com exceção de Vestuário, apresentaram variação positiva. Este último, por sua vez, apresentou uma nova queda de -0,24% em razão de roupas (-0,42%) e joias e bijuterias (-0,72%). Também contribuindo positivamente para a inflação, temos desaceleração de Alimentação e Bebidas, com alta de 0,16% vs. 0,59% anterior. Por dentro do índice, observa-se alta de 0,14% e 0,50% para alimentação no domicílio e alimentação fora do domicílio, respectivamente.
Apesar da leve surpresa inflacionária ante nossas expectativas, a narrativa permanece a mesma. O primeiro trimestre do ano seguirá pressionado, mas não em razão de uma piora da dinâmica da inflação, mas sim fatores exógenos e sazonais. O Banco Central, por sua vez, não deve reagir aos dados da ponta apesar do headline elevado e permanecer aguardando mais clareza no que diz o cenário fiscal e externo.
Já no ambiente internacional, a economia norte-americana registrou criação de 311 mil novas vagas em fevereiro, novamente acima da expectativa do mercado (205 mil). Importante ressaltar que o número de janeiro foi revisado de 517 mil para 504 mil, enquanto os dados de fevereiro passaram de 260 mil para 239 mil. Apesar disso, o resultado ainda indica forte desempenho recente do mercado de trabalho.
O destaque fica, porém, com a perspectiva da política monetária e a estabilidade macrofinanceira dos EUA. No começo da semana, em sabatina no Congresso, Jerome Powell deixou a porta aberta para uma reaceleração do ritmo de altas de juros para 50 pontos base, o que colocou pressão em cima dos ativos de risco por gerar perspectiva de que os juros ficariam mais altos por mais tempo.
No entanto, na quinta-feira, temores sobre a saúde do setor financeiro nos EUA levaram a um forte sell-off do mercado, com os juros futuros e a Bolsa caindo fortemente. Nota-se, por exemplo, que apesar do forte Payroll, a taxa de dois anos nos EUA negociava próximo a 4,62% ao meio-dia de sexta-feira, cerca de 50 pontos base abaixo do máximo registrado na quarta-feira.
Volatilidade de juros futuros nos EUA via de regra contribuem para volatilidade em ativos de risco e, por enquanto, a perspectiva é que o mercado siga cauteloso até que a magnitude do problema no setor financeiro se aclare. Supondo ser um risco localizado e não sistêmico, mantemos nossa projeção de mais duas a três altas de 25 pontos base por parte do Fed.