Boa semana, galera. A semana passada fechou com o Brasil eliminado na Copa do Mundo pela Croácia e o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, oficializado para comandar o Ministério da Fazenda. O dólar comercial fechou a semana vendido a R$ 5,246.
Acho que essa semana não tem como ser pior que a passada. Enfim, vamos ao que interessa: o mercado de câmbio.
O que realmente vai impactar para nós será a decisão de juros nos EUA na quarta-feira. Após a inflação ao produtor nos Estados Unidos ter ficado acima do previsto em novembro, aumentaram as chances do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) manter o ritmo de aperto monetário. Ou seja, 0,75 ponto percentual (pp), enquanto o mercado já estava apostando em alta de meio ponto percentual antes do dado. Vamos ver!
Juros altos em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil, pressionando o dólar e a bolsa. Se aumentarem mais, o dólar sobe. Atualmente, a taxa de juros nos EUA está no intervalo entre 3,75% e 4%.
Na Europa, também teremos decisão de taxa de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) nesta quinta-feira. Apesar do abrandamento inicial da inflação geral, a inflação básica ainda está elevada e fará com que os preços convirjam mais lentamente para a meta. Tendo em vista os últimos erros de prognóstico, o BCE deve preferir manter a cautela, até que os riscos de alta da inflação se façam presentes, ou seja, devem elevar em 0,5 pp os juros por lá. Mas podem surpreender também e irem de 0,75.
Aqui, o mercado absorve a escolha de Haddad para a Fazenda com cautela redobrada pelo dilema fiscal do próximo governo. A piora do quadro fiscal continuará pesando sobre a taxa de câmbio no próximo ano. Como em todo fim de ano, o mercado vai se afunilando gradualmente pela pressão de alta dada a remessa de lucros para matrizes no exterior. De bom temos a reabertura da China, que deve evitar uma depreciação cambial mais acentuada no Brasil.
Para acompanhar hoje temos aqui o boletim Focus, tradicional de todas as segundas-feiras. Na Europa, o discurso de Jochnick, da área fiscal do BCE. E nos EUA, a expectativa da inflação ao consumidor e o balanço orçamentário federal.
Bons negócios e muito lucro para vocês!!