O ambiente externo ainda aponta para um dólar forte, com a perspectiva de juros mais altos nos EUA, e o principal fator de risco para o real é doméstico. O risco maior e que pode trazer uma mudança significativa de patamar do câmbio é alguma barbeiragem na área fiscal. Até o segundo turno vamos acompanhar um mercado volátil.
Veremos agora o que pode impactar o câmbio nos próximos dias.
Para iniciar a análise vou falar da semana passada, quando o dólar fechou cotado a R$ 5,2125. Dados do relatório de emprego (payroll) nos Estados Unidos em setembro mostraram um mercado de trabalho ainda apertado, reforçando a perspectiva de manutenção do ritmo de alta de juros pelo Fed. Com isso o dólar se fortaleceu na sexta, apesar da volatilidade na semana, que tinha começado em super queda, após reação ao primeiro turno das eleições.
E para esta semana, além das surpresas é claro, o que temos no radar? Amanhã sairá IPCA de setembro, que é o índice de inflação observado pelo Banco Central para definir taxa de juros por aqui. Nos EUA agenda mais cheia, teremos o índice de perecia ao produtor (PPI), índice de preços ao consumidor (CPI), na quarta feira a ata da última reunião de juros do Banco Central americano, e podermos ter alguma dica dos próximos passos e ritmo de aperto monetário por lá. Muitos discursos de membros do Fed, também são esperados para a semana, além de vendas do varejo e confiança do consumidor americano. Na Europa sai a produção industrial. E a China volta do feriado de uma semana e divulgará a inflação. Pelo fato do Brasil ser exportador de commodities e a China o nosso principal cliente, é muito importante ver a saúde da economia deles.
Hoje teremos, like always, o boletim Focus por aqui, nos EUA discurso de Evans, presidente do Fed de Chicago, e reuniões do FMI. Na Europa, pronunciamento de Laje, do BCE.
Pessoal, a preocupação mundial continua sendo uma inflação arraigada e os aumentos de juros para tentar segurar essa inflação, mesmo que levando as economias americana e europeia a retração. A crise de abastecimento de gás e como temos visto, o euro cada vez mais prejudicado. (Alemanha na semana passada já divulgou dados desanimadores). Atenção também a guerra na Ucrânia e seus impactos nos preços das commodities que influenciam no câmbio por aqui. E para fechar os componentes de impacto no câmbio, as pesquisas eleitorais que trazem volatilidade.
Ótima semana, e que venham lucros e janelas de oportunidades para todos vocês!