O cobertor financeiro do governo está curtíssimo e não está fácil encontrar a saída deste “corner”, pois se atender uma demanda maior deve reduzir demandas menores, mas ainda assim é difícil de num país com tantas carências definir o que seja menor, e, desta forma o Ministro da Economia submete ideias pirotécnicas tributárias à massa crítica, quase que diariamente.
Já foram tantas e na realidade nenhuma ganha apoio político ou popular, restando tão somente a forte evidência de que há absoluta necessidade de continuidade de programas assistenciais por parte do governo, caso contrário o numero de miseráveis crescerá muito no país dentro do exuberante número de integrantes da população já existente de baixa renda.
A rigor, cada dia mais fica evidente o quão importante foi e é imprescindível que tenha meios de continuidade programas assistencial governamental, ainda que reduzidos, para assegurar algum nível de atividade econômica do país.
Na medida em que o fluxo de recursos generosos do governo sofrem redução efetiva ou em perspectiva as reações de consumo repercutem o recuo de desempenho e a economia começa a dar transparência à efetiva força motriz que a tem dinamizado.
Há sinalizações de queda de consumo e de otimismo por parte do setor varejista, em especial, que deverá repercutir em cadeia posteriormente no setor atacadista e assim, inevitavelmente, na indústria.
Há fatores que adicionalmente corroem a capacidade de consumo de forma indireta, a inflação da cadeia de produtos alimentares e os reajustes tarifários consequentes do expressivo IGP-M, afora a dificuldade de recuperação do emprego.
Há muitas dúvidas presentes, o mercado financeiro reage dando sinais de incertezas e inseguranças em relação às perspectivas e exige mais juro do governo para rolar da expressiva Dívida Pública do país, começam a aflorar críticas à política monetária e, consequentemente, cambial do governo, e tudo deságua na preocupante situação fiscal do Brasil.
Ontem foi um dia pródigo em indicadores brasileiros e externos de que o desafio para a retomada vai muito além dos justos anseios, exigirá muito mais.
O Ministro Guedes afirma que o país está “bem visto no exterior”, e a rigor, não há fatores afora seus problemas intestinos que o levem a desconsideração, podendo até ser salientado que o seu CDS poderia ser menor, visto que é credor líquido em moeda estrangeira.
O país está atrapalhado com suas próprias atrapalhadas e nada mais, e se a pandemia o prejudicou, assim como toda a economia global, há outros inúmeros fatores que foram vitimados pela inércia de gestão, falta de articulação política, politicagens e propagação de confrontos.
A estratégia do “câmbio alto e juro baixo”, que não é no todo uma má estratégia, provou que em dose excessiva remédio vira veneno, e que fica cada vez pior na medida em que não é corrigido no tempo certo, parecendo que esta questão ficou à larga e absolutamente solta sem ações efetivas e eficazes corretivas por parte do governo, mas limitadas a serem contemporizadas.
O juro está pressionado, ainda que o BC/TN encurte prazos dos títulos, e o câmbio está sob tensão, pronto para ser recorrido como porto seguro se a situação fiscal se agravar.
Desta forma, ficamos num ambiente que sugere quase que cotidianamente “mais do mesmo”, B3 (SA:B3SA3) com este ou aquele destaque pontual diário gravitando em torno de 100 mil pontos e sem motivos para deslanchar e o dólar agora num patamar pronto para um disparo maior no entorno de R$ 5,60.
Um dia a justificativa é “aversão ao risco” outro “adesão ao risco”, mas no fundo o comportamento é tensional e tendente a defensivo, não há tendências fundamentadas, visto que há predominância de insegurança e incerteza.