Em São Paulo, parte das indústrias, principalmente as de menor porte, estão com a ociosidade elevada e pulando dias de abate, o que tem deixado as programações de abate artificialmente mais alongadas em relação às semanas anteriores.
Já as indústrias de maior porte, que possuem parcerias e contratos de boi a termo, estão com as escalas de abate mais folgadas, o que permite aos frigoríficos testarem o mercado e ofertar preços abaixo da referência.
O lento escoamento da carne no atacado é outro fator que não tem dado incentivo para aumento dos preços ofertados para o boi gordo.
Aliás, mesmo com a entrada de novembro, mês tipicamente com melhora nas vendas de carne no atacado, o escoamento continua lento, o que resultou inclusive em desvalorização da carne com osso no atacado na semana.
A margem de comercialização das indústrias em patamares acima da média histórica indica que sem aumento na demanda por carne dificilmente haverá grandes valorizações para a arroba do boi gordo, mesmo com a oferta limitada de boiadas.
Há pressão de baixa para o boi gordo, mas sem grandes desvalorizações devido à oferta limitada
Nos últimos dias houve quedas para a cotação da carcaça no atacado, mas as margens das indústrias estão próximas da média histórica.
Por Felippe Reis e Hyberville Neto (Scot Consultoria)