Sem Feriado em SP, Mercado Segue em Frente

Publicado 09.07.2020, 08:47
Atualizado 10.01.2024, 08:22
XAU/USD
-
GC
-
IBOV
-

A antecipação em maio do feriado que seria celebrado hoje no estado de São Paulo mantém os mercados domésticos funcionando normalmente e pode permitir ao Ibovespa reaver a marca simbólica dos 100 mil pontos, quatro meses após ter perdido esse patamar. Mas a indefinição dos negócios no exterior pode atrapalhar esse objetivo, em dia de agenda fraca de indicadores econômicos aqui e lá fora.  

Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram com leves baixas, enquanto as praças europeias tentam interromper dois dias seguidos de queda, apoiando-se no sinal positivo vindo da Ásia, onde Xangai subiu pela oitava sessão consecutiva (+1,4%), acumulando alta de mais de 9% nesta semana, em meio à forte demanda por investidores pessoa física. Dados do dia na China confirmaram o ritmo de aceleração da economia.

O índice de preços ao produtor (PPI) chinês reduziu o ritmo de queda para 3,0% em junho, de -3,7% em maio, em meio à recuperação dos preços das commodities globais e com a volta à atividade da manufatura doméstica, o que impulsionou a demanda por produtos industriais. Já a inflação ao consumidor (CPI) chinês ganhou força e subiu 2,5% no mês passado, de +2,4% no mês anterior, em base anual.  

Em reação aos números, o yuan chinês (renminbi) subiu ao nível mais alto desde meados de março, testando a faixa de 7 yuans por dólar. A moeda norte-americana mede forças em relação às demais moedas, o que deixa o petróleo orbitando ao redor da faixa de US$ 40 por barril. Já o ouro se fortalece e é cotado acima da marca de US$ 1,8 mil por onça-troy e o rendimento do título norte-americano de 10 anos (T-note) segue em 0,65%.  

 

Veja bem…

Os investidores continuam analisando o aumento de infecções por coronavírus nos Estados Unidos, que chegaram ontem à marca sombria de 3 milhões de casos, mas seguem concentrados na reabertura da atividade. Faltando pouco mais de quatro meses para as eleições, o presidente Donald Trump resiste em voltar a fechar a economia, apesar dos alertas de que o país está “até o pescoço” imerso na crise de saúde.

No Brasil, o número de casos já ultrapassa a marca de 1,7 milhão de infectados, mas, assim como Trump, o presidente Jair Bolsonaro continua criticando as medidas de isolamento social. Nem mesmo o fato de ter sido contaminado por covid-19 mudou a postura do presidente em relação ao combate à doença, que voltou a defender o uso da hidroxicloroquina como tratamento.

Com isso, parece ser baixo o risco de reversão das medidas de flexibilização da quarentena no Brasil e nos EUA, de forma a tentar aplacar a curva de contágio. Essa sinalização somada à injeção “ilimitada” de dinheiro pelos bancos centrais sustenta o apetite por ativos de risco, que devem continuar se valorizando, ainda que descolados dos fundamentos da economia real. 

É cada vez mais evidente que o bimestre de março e abril foi o fundo do poço para a atividade econômica, no Brasil e no mundo, com os dados de maio e junho reforçando o cenário de recuperação rápida e acelerada, deixando para trás o pior momento. Porém, por mais que o avanço ao final do semestre passado aponte para o início de uma retomada em ”V”, o cenário à frente tende a ser mais desafiador.

Ou seja, passada essa “pernada de alta” na primeira fase da recuperação econômica global, dificilmente o formato em “V” irá se manter no médio e longo prazo, abrindo espaço para outras possibilidades. A expectativa é de uma melhora desigual entre os diferentes setores da economia e também entre os países e as regiões do mundo - portanto, mais heterogênea e instável. E o mercado financeiro parece estar se dando conta desse cenário, ao respeitar recentes intervalos de oscilação dos ativos, mantendo a dinâmica.

No caso brasileiro, porém, a era dos juros baixos praticamente obriga os investidores locais a se exporem ao risco da Bolsa, enquanto os "gringos" continuam retirando recursos. Mas a alta recorde do varejo brasileiro em maio, que ocorreu após o tombo histórico das vendas no setor em abril, colocou em xeque um corte “residual” na Selic em agosto, em um sinal de que a rivalidade entre a renda variável e a renda fixa ainda está longe do fim. E esse jogo que envolve bancos centrais, vírus e atividade econômica é perigoso. 

 

Agenda segue fraca

O dia é de agenda novamente fraca, trazendo como destaque apenas os pedido semanais de auxílio-desemprego feitos nos EUA (9h30) e os estoques norte-americanos no atacado em maio (11h). Na Europa, os ministros de Finanças da zona do euro reúnem-se, enquanto no Brasil sai a primeira prévia do mês do índice de preços ao consumidor (IPC). 

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.