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Sem Cessar-Fogo na Ucrânia, Preço Mínimo do Petróleo WTI Deve Ser de US$ 95

Publicado 03.05.2022, 09:37
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Considere o barril de petróleo a US$ 95-100 como o “novo normal”.

Estamos nos referindo à faixa de negociação do West Texas Intermediate, referência do petróleo nos EUA, mais popularmente conhecido pela sigla WTI.

Já o petróleo Brent, negociado em Londres e que serve de referência mundial de preços, é considerado um produto premium em relação ao WTI, refletindo melhor, portanto, as máximas de preço que o barril pode alcançar.

O WTI, por sua vez, consegue capturar as mínimas com mais precisão, e seu fundo deve continuar em US$ 95, enquanto o potencial de alta deve limitar-se a US$ 110.

Essa foi a faixa de negociação do WTI na semana passada e pode servir de parâmetro para sua oscilação por algum tempo, a menos que, evidentemente, a União Europeia imponha uma proibição total ao petróleo da Rússia, o que pode elevar significativamente as mínimas; ou que se alcance um pacto de pacto de cessar-fogo na Ucrânia, o que pode fazer com que o fundo do mercado sofra uma drástica queda.

O agravamento das consequências econômicas provocadas pelos bloqueios contra a Covid 2.0 na China também pode aprofundar o fundo do WTI.

WTI diário

Gráficos: cortesia de skcharting.com

Não estou sozinho em minhas observações sobre o potencial de baixa do WTI. David Vecchio, que escreve na plataforma DailyFX, também salienta que, embora o petróleo americano tenha oscilado para cima após testar uma região de resistência transformada em suporte na forma de triângulo no gráfico, continua dentro de uma ampla consolidação formada nos últimos dois meses. Em uma publicação de 28 de abril, Vecchio escreveu:

“Há poucas razões para acreditar que haverá uma diminuição da volatilidade dentro da consolidação recente, a menos que a invasão russa na Ucrânia tenha um fim”.

Os mercados de energia mais uma vez voltaram a subir, diante de notícias de que a União Europeia estaria perto de um acordo para banir as importações de petróleo da Rússia. A perspectiva de restrição de oferta no momento em que a Opep+ não consegue atingir suas estimativas de produção está contribuindo para alçar os preços do petróleo, os quais estão se recuperando da extremidade inferior da sua faixa de negociação nos últimos dois meses.

Vecchio concluiu dizendo que era prudente por parte dos investidores esperar a “continuação da volatilidade na recente consolidação de dois meses, dentro da qual o petróleo pode registrar movimentos rápidos de vários pontos percentuais, sem, contudo, ir a lugar algum”.

O mais longe que o WTI avançou nesse período foi até o pico de 8 de março de US$ 130,50, tocado logo após a invasão da Ucrânia. O fundo mais recente foi durante a semana encerrada em 8 de abril, quando o barril alcançou US$ 92,93.

Embora a lacuna entre máximas e mínimas tenha sido de mais de US$ 30 nos primeiros dias do conflito no Leste Europeu, o barril tem oscilado entre US$ 12 e US$ 10 ultimamente, o que torna bastante plausível o estabelecimento de uma consolidação de US$ 15.

WTI diário

Sunil Kumar Dixit, contribuidor regular de análise técnica de commodities para o Investing.com, afirma que os compradores no WTI não estavam dispostos a ceder a mais pressão baixista na semana passada, após o petróleo americano cair para US$ 95,28, fazendo-o repicar até a máxima da semana de US$ 107,99, antes de fechar a US$ 104,69.

“Embora o estocástico e o índice de força relativa do WTI registrem uma lateralização neutra, a forte volatilidade deve continuar na próxima semana”.

O petróleo norte-americano, segundo ele, “muito provavelmente deve retestar a área de suporte de US$ 101-98, onde compradores podem reaparecer e retomar o movimento principal de alta, com alvo na resistência de US$ 105-108”.

“Se essa zona de resistência atrair compradores suficientes, a expectativa é que o barril alcance até 116 dólares.”

No entanto, o analista alerta também que uma falha em se sustentar acima daquela zona de resistência pode desencadear uma liquidação, com o barril novamente testando o nível de US$ 101-98.

O suporte crítico está na média móvel simples (MMS) de 100 dias de US$ 92,65, que é um indício seguro de uma correção maior em direção à MMS de 200 dias a US$ 83,40, segundo Dixit.

“Se tudo permanecer igual, a faixa normal de negociação do WTI parece estar entre a máxima de US$ 110 e a mínima de US$ 95", declarou John Kilduff, sócio-fundador do fundo de hedge de energia Again Capital, de Nova York.

“Considere que esse seja o novo normal em relação à faixa anterior de US$ 60-75".

WTI mensal

No pregão de segunda-feira, o WTI se recuperou da mínima de US$ 100 no dia e encerrou no território positivo, com os investidores aguardando uma direção em relação às reuniões que devem acontecer nesta semana por parte do Federal Reserve e da Opep+, duas instituições bastante distintas e com objetivos bastante diferentes.

Tudo indica que o Fed realizará um aumento de meio ponto percentual, ou 50 pontos-base, nas taxas de juros ao final da sua reunião de política monetária de maio, na quarta-feira, sua primeira alta dessa magnitude em mais de 20 anos, no intuito de combater os piores índices de inflação em quatro décadas.

Uma das missões do banco central americano é decidir o que fazer com a inflação de 40% dos preços do petróleo neste ano, resultado do déficit de oferta provocado pelas sanções ao petróleo da Rússia, evento fora do controle do Fed.

A Opep+, formada pelos 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo liderados pela Arábia Saudita e mais 10 produtores petrolíferos sob os auspícios da Rússia, realizará sua reunião mensal um dia após a decisão do Fed.

Embora a Opep+ diga que está preocupada com a estabilidade da oferta petrolífera, não abre mão de assegurar que o barril continue cotado a pelo menos US$ 100.

Além de os preços do petróleo estarem em suas máximas de 14 anos, a inflação nos EUA também está sendo alimentada pelo crescimento recorde de empregos e de salários. O Fed terá que conter a alta salarial e a demanda por mão de obra se pretende concluir seu trabalho de combater a inflação.

Se o mercado de trabalho desacelerar por causa das ações do Fed, é bem possível que haja repercussões para o mercado de petróleo, em razão do nexo entre os dois.

Phil Flynn, analista de energia do Price Futures Group, de Chicago, disse que a maior ameaça de queda do petróleo “é a possibilidade de recessão”.

O crescimento econômico nos EUA no 1º tri ficou negativo em 1,4% e, para que se configure o cenário de recessão técnica, é necessário apenas mais um trimestre negativo entre abril e junho. Nas palavras de Flynn:

“Neste momento, o Fed tem um trabalho extremamente difícil pela frente. Se o Fed não mostrar qualquer disposição em reduzir seu balanço, aumentar as taxas de juros e sinalizar um movimento mais agressivo no futuro, os preços do petróleo podem crepitar”.

Porém, assim como o Fed está determinado a quebrar a espinha dorsal da inflação nos EUA, a Opep+ está decidida a garantir que os preços nunca mais atinjam os níveis vistos em 2020, durante a pandemia.

Além disso, se houver uma reversão, a Opep+ continuará restringindo a produção de petróleo, de modo a garantir que os preços não se distanciem tanto de onde se encontram.

O verão e a temporada de viagens automotivas estão prestes a começar nos EUA, o que pode sustentar o barril acima de US$ 100, sem, contudo, testar as máximas tocadas durante a invasão da Ucrânia, de quase US$ 140.

Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para dar diversidade às suas análises de mercado. A bem da neutralidade, ele por vezes apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

 

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