Todos nós acompanhamos a última reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom, na qual foi aumentada a taxa básica da nossa economia, a Selic, em mais 1 ponto percentual, fazendo chegando a 11,75% ao ano. Certo, e o que isso impacta em minha vida e nos meus investimentos? Então, precisamos voltar algumas casas para entendermos melhor qual a relação dessas decisões com nossos investimentos e como ela impacta nosso dinheiro e a economia do nosso país.
A taxa básica de juros, ou Selic (que na verdade é o nome do sistema onde os títulos públicos são emitidos, mas acaba sendo amplamente utilizada para denominar a taxa básica de juros) é usada como referência nas negociações de títulos emitidos pelo Tesouro Nacional. Ela é a base para as demais taxas da economia, norteando o custo de todas as linhas de crédito do mercado bancário. A Selic também é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle.
Também temos que refletir sobre a inflação, que é a principal preocupação das economias mundo afora! Ela traz um aumento de preço generalizado, distorções dentro de uma economia, diminui o poder de compra da população além de diminuir a atratividade de investimentos. Somado a todos esses fatores, a inflação ainda traz incertezas quando analisamos investimentos a longo prazo, o que, por consequência, prejudica o crescimento econômico. Ou seja, não há benefícios em termos uma inflação alta. Percebemos que ela é o principal pilar de controle e acompanhamento da nossa política econômica, e faz com que a Taxa Básica de Juros, a Selic, seja tão importante, já que ela é o principal remédio contra a inflação.
Você deve estar questionando se não seria muito bom subir a Selic a determinado nível, e assim ter uma inflação tão baixa, beirando zero. Infelizmente não dá para ser dessa forma. Investimentos bons para o país e o seu desenvolvimento são investimentos na nossa cadeia produtiva, ações que geram crescimento e desenvolvimento para a sociedade. Se a taxa básica de juros fica em patamares muito elevados, ela desestimula todos os outros investimentos nas cadeias produtivas, fazendo com que o crescimento do nosso país seja diretamente impactado.
Realmente, não é fácil! Por esse motivo, o mercado sempre acompanha com muito critério as decisões sobre a Selic, e é importante buscarmos as orientações adequadas, para que nossos investimentos acompanhem esses ciclos de alta e de baixa, da forma mais ajustada possível.
É possível ter investimentos dando bons retornos em qualquer um dos momentos, seja de alta da Selic, seja de baixa. Nos ciclos de alta, por exemplo, é muito interessante buscarmos bons retornos em produtos atrelados a essa taxa, pois ela subirá e seus retornos serão atualizados automaticamente à medida que ela avança. É por esse motivo que são chamados de investimentos pós-fixados. Da mesma forma, temos os títulos de renda fixa pré-fixados, que são muito indicados no momento oposto ao que estamos vivendo, quando a taxa básica começa a cair. Esses são títulos onde sua taxa é travada, fixada previamente. Nestes casos, se a Selic cair, o investidor mantém sua taxa no patamar contratado, sem alterações.
Os títulos de renda fixa pré-fixados são para aquelas pessoas que investem por conta própria, e acham muito complicado entender esses movimentos de alta e de baixa. Essas ações sempre irão corrigir o seu dinheiro pela inflação mais uma taxa determinada, isso faz com que você tenha segurança que seu patrimônio sempre será atualizado a um ganho real, acima da taxa de inflação.
O mais importante é entendermos que precisamos estar atentos a essas mudanças, principalmente aquelas relacionadas a Taxa Básica de Juros. Pode não parecer em um primeiro momento, mas ela interfere diretamente em nossas vidas, nos nossos investimentos e na nossa economia.