Aos que insistem em achar que é possível estacionar uma série temporal com bruxarias estatísticas ou modelos de equilíbrio geral, a realidade tem a persistente mania de contrariar o senso comum dos economistas. Todo o ocaso do SVB vem jogar em nossa cara o quão pouco podemos fazer contra o acaso.
Se, de um lado, é verdade que quebra de bancos acontecem quando os Bancos Centrais resolvem “na porrada” subir os juros (Saving and Loans mandam lembranças), por outro, o banqueiro central sabe que pode muito pouco contra a realidade dos fatos, podendo apenas reagir ao que aparece na sua mesa.
Dito isso, seria razoável supor que o Copom que se reúne semana que vem irá, pelo menos na retórica do comunicado, iniciar o corte de juros. Muito provavelmente, a diretoria do BCB irá falar sobre a questão da estabilidade financeira e do ajuste feito até agora na taxa básica de juros por aqui, como que dizendo que já foi o suficiente.
Não devem cortar já a taxa, muito por conta de toda a discussão que surgiu no início do ano entre o Planalto e o BCB e, aqui cabe a máxima, quando se recua um exército em campo de batalha, não se deve fazer isso nem tão devagar que pareça provocação, nem tão rápido que pareça covardia.
Na reunião de começo de maio, deve se iniciar o corte de juros e, neste sentido, mantenho minha projeção de Selic em 12% ao final do ano.