A semana foi marcada por dois eventos importantes para os investidores: IPCA-15 de junho e a ata do Copom, esta com as justificativas para a manutenção da Selic, em 13,75% ao ano. Ambas as divulgações fortaleceram as perspectivas para o início do corte da Selic no segundo semestre. Contudo, a partir dessa semana foi verificado que a maioria dos economistas e analistas do mercado anteciparam o corte para agosto, ante as expectativas que estavam entre setembro e novembro.
Começando pelos dados do IPCA-15, dois grandes grupos registraram deflação no mês, com transportes recuando 0,55% e o grupo de alimentação e bebidas, 0,51%. Por outro lado, o grupo de habitação registrou a maior variação assim como o maior impacto, em 0,96% e 0,14 ponto percentual, respectivamente.
Já a ata do Copom trouxe as justificativas que nortearam sua decisão para a manutenção da Selic na última quarta-feira. Dentre elas, destaca-se o cenário de que a conjuntura internacional se mostra um pouco mais benigna para o processo inflacionário no Brasil, ainda que o baixo grau de ociosidade do mercado de trabalho sugira pressões inflacionárias.
Contudo, de acordo com a ata, na discussão sobre a condução da política monetária, observou-se divergência em torno do grau de sinalização em relação aos próximos passos. A avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião.
Os impactos nos investimentos
Os dados do IPCA-15 corroboram para um cenário mais favorável em relação à inflação do país, tanto para o presente ano quanto para o próximo. É bastante provável que observemos a primeira deflação do ano no IPCA cheio no mês de junho, cuja divulgação ocorrerá no próximo mês.
Além disso, a ata do Copom reforça o início do processo de redução da taxa Selic, que está previsto para o próximo trimestre. A minha perspectiva é que essa redução seja iniciada já na próxima reunião do Copom, em agosto, com um corte de 0,25 ponto percentual.
Com esse cenário inflacionário mais benigno se fortalecendo, espera-se uma queda nas taxas dos investimentos em renda fixa, o que favorece os ativos de maior risco, uma vez que os investidores buscam maiores retornos. Sem dúvida estamos entrando em um novo ciclo da taxa Selic, o qual traz oportunidades de investimento nas diferentes classes de ativos.