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Seis Razões que Explicam Por Que a Alta do Bitcoin É Diferente Desta Vez

Publicado 26.06.2019, 10:56
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O Bitcoin voltou com tudo. Está agora sendo negociado acima do patamar de US$ 11.300, região que a moeda digital atingiu pela primeira vez em novembro de 2017, quando seguia seu caminho rumo a US$ 20.000, onde cravou seu pico antes do início de 2018.

Gráfico Semanal BTC/USD

Mas, depois de perder 80% do seu valor em 2018, pode ser que muitos investidores estejam desinteressados pelo ativo, acreditando que a criptomoeda não passa de mais uma bolha a caminho do zero. Mesmo assim, embora pareça que a moeda esteja resurgindo das cinzas, a sensação é que a empolgação com esse movimento de alta é muito menor desta vez, em claro contraste com a alta anterior.

Será que esse novo otimismo com o Bitcoin em 2019 é diferente de todo aquele frenesi de 2017?

O índice do “medo de ficar de fora”

Uma das principais características da disparada anterior era o extremo grau de interesse dos investidores de varejo, juntamente com a cobertura diária dos movimentos de preço do Bitcoin por todos os grandes veículos de imprensa. Será que esta alta também está sendo impulsionada pelo varejo? Apesar de não ser um indicador perfeito, o Google Trends pode nos ajudar a esclarecer se o interesse do varejo é realmente forte.

1. Volume de pesquisas sobre “Bitcoin”

Volume de Buscas sobre Bitcoin no Google Trends 2016-2019

As pesquisas pelo termo “Bitcoin” tiveram uma força relativa de 39 em novembro de 2017. As tendências são medidas com base em seu pico de desempenho, portanto o número 39 indica que o volume de pesquisas para o mês foi 39% do máximo alcançado. O volume máximo registrado foi de 100 um mês depois, em dezembro. A força relativa das pesquisas de “Bitcoin” até junho de 2019 é de apenas 12, três vezes menor do que aquela registrada quando a criptomoeda cruzou pela primeira vez os US$ 11.000 em sua ascensão.

2. Volume de pesquisas por “Como comprar Bitcoin”

A diferença maior entre o momento atual e o anterior está sobretudo na pesquisa da expressão “Como comprar Bitcoin”. Além de fornecer um indicador de curiosidade geral, ela também nos dá uma ideia sobre o número aproximado de novos investidores interessados no ativo. Não é de surpreender que as pesquisas por essa expressão tenham atingido um pico de 100 em dezembro de 2017, ficando em 41 no mês novembro. Em junho de 2019, a força relativa é de apenas 5, oito vezes menor do que em novembro de 2017.

Desta vez, ao que tudo indica, a influência dos investidores comuns na movimentação dos preços do Bitcoin é significativamente menor do que há um ano e meio.

Métricas de rede

A análise do estado atual do blockchain do Bitcoin, incluindo o número de endereços ativos, taxas pagas, transferências de valor e tamanho médio de cada transação, pode nos dizer se o preço do Bitcoin está superaquecendo. Todos os dados a seguir foram retirados de coinmetrics.io.

3. Endereços ativos

Os endereços ativos identificam o número de participantes ativos. Em novembro de 2017, estavam ativos 1,15 milhão de endereços no dia em que o Bitcoin cruzou US$ 11.000. No domingo passado, quando a moeda digital voltou a cruzar aquele patamar, apenas 875.000 endereços estavam ativos, 24% a menos do que em 2017.

4. Taxas de rede

Essa métrica é excelente verificar se a rede está sobrecarregada por solicitações de transações. Como os mineradores priorizam transações com taxas mais elevadas, a taxa média é uma boa forma de ver se a rede está congestionada. Durante o mês de novembro de 2017, a taxa média de uma transação era de US$ 6,50, contra US$ 2,30 no domingo. Nenhum sinal de superaquecimento aqui.

5. Transferências de valor

O valor ajustado das transferências na rede do Bitcoin é também menor agora do que em novembro de 2017. Naquela época, a quantia média de BTCs transferida diariamente era de 384.000; hoje em dia, é de 177.000, menos da metade da quantia diária registrada no passado no patamar de preço de US$ 11.000.

6. Média e mediana de transferências

Finalmente, a média e a mediana das transações também indicam se o mercado ainda está fraco. O tamanho médio das transações em novembro de 2017 era de 2,2 BTCs contra 0,82 BTC atualmente. Da mesma forma, a mediana das transações era de 0,012, em comparação com apenas 0,007 BTC atualmente.

Conclusão

Claramente, esta alta do Bitcoin ainda não atingiu seu ponto máximo. Isso é surpreendente em vista da recente valorização de 207% da criptomoeda no acumulado do ano, a qual saltou de aproximadamente US$ 3700 para cerca de US$ 11380 em um período bastante curto.

O mais significativo é que esses ganhos ocorreram mesmo sem o nível de interesse do varejo visto antes do crash de 2018. Evidentemente, naquele momento, muitos investidores perderam 80% ou mais no ativo, algo capaz de assustar os não iniciados. E, considerando o histórico de volatilidade do Bitcoin, ainda pode haver outra montanha-russa pela frente. Se esse movimento de alta continuar, assim que uma massa crítica for atingida, é possível que haja outra movimentação parabólica de ascensão e queda, considerando esse histórico de fortes altas e baixas do Bitcoin.

Como os investidores interessados deveriam proceder? Eles devem se concentrar nas métricas daqui para frente. Durante a última disparada, os US$ 11.000 foram atingidos quando o mercado estava superaquecendo, mas esse ainda não é o caso neste momento.

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