Por Chaim Siegel da Elazar Advisors, LLC
Nós adoramos ver ‘ação’ no mercado de petróleo. ‘Ação’ é a ferramenta de trading que compara o que deveria ocorrer com o que efetivamente acontece. O petróleo está abaixo na comparação anual, apesar do corte de produção da Opep em 2017.
Nós definimos isso como ‘ação ruim’. A Opep agora considera estender os cortes para impulsionar os preços. O petróleo também deveria estar alcançando novas máximas dado as tensões geopolíticas do momento e a temporada de maior consumo nos EUA. Com tudo isso, o petróleo ainda está tendo dificuldades abaixo de uma linha técnica de resistência. Isso é um sinal de baixa para o petróleo.
‘Ação ruim’ para o petróleo
No começo de janeiro, quando a Opep começou seu movimento histórico para cortar produção, o preço do petróleo atingiu máximas acima de US$ 55. Nós desenhamos a linha de resistência no gráfico acima, definidas a partir de momentos-chave. Essa linha é US$ 52,75 e é uma área crítica para disparadas e tombos.
Os cortes da Opep, extensão de cortes da Opep, início do verão nos EUA e, mais recentemente, um evento geopolítico importante entre os EUA e a Coreia do Norte não parecem conseguir impulsionar e manter os preços altos. Isso é um problema.
Se tanta notícia positiva não consegue empurrar os preços do petróleo, nós tememos que notícias negativas podem mais facilmente pressionar os preços para baixo.
Sazonalindade e início do verão
Os traders de petróleo estão torcendo que uma demanda sazonal tradicional de verão poderá dar suporte aos preços do petróleo. Já estamos em meados de abril, momento em que as pessoas começam a dirigir mais nos EUA. O início mais ‘oficial’ da temporada de carro começa no fim de maio, perto do feriado Memorial Day, dia 29. De qualquer forma, o óleo tipicamente possui uma sazonalidade positiva por agora.
Em uma perspectiva sazonal, os preços do petróleo historicamente batem na mínima no começo do ano e começa a subir com o começo da primavera no hemisfério Norte. Nós deveríamos estar no ‘período de movimento para cima’.
Se a linha de resistência de US$ 52,75 para o petróleo continuar a segurar os preços da commodity, isso mostra uma fraqueza subjacente no petróleo.
Óleo versus PIB
Uma outra razão que nos preocupamos de a temporada de carro dos EUA ser mais fraca na demanda por petróleo é que as estimativas para o PIB são fracas. A previsão do PIB pelo Federal Reserve de Atlanta prevê apenas 0,5% de alta no primeiro trimestre. Isso seria o crescimento mais lento desde 2014.
Petróleo e PIB andam juntos em certo nível, o que é lógico. Se uma economia mais fraca bater junto com a temporada de carros, o petróleo está em maus lençóis.
Fonte: Federal Reserve de St. Louis Fed
Acima, a variação do PIB trimestral dos EUA em vermelho versus o preço do petróleo em azul. Muitos dos movimentos para cima e para baixo, mostrado por nossas setas, tem petróleo e PIB se movendo juntos.
Se o Fed de Atlanta estiver certo e o PIB dos EUA reduzir o seu ritmo, isso enfraquece a temporada de carros e o suporte para os preços do petróleo.
Esse é o risco.
Decisão da Opep de 25 de maio
A Opep se reúne em Viena no dia 25 de maio. A Arábia Saudita, cujo voto é crítico para a extensão do acordo de corte de produção, ainda não se comprometeu com essa possibilidade. O risco é que se a Opep não estender o acordo de corte de produção, isso poderia retirar mais suporte do preço do petróleo.
A produção no shale dos EUA obviamente tem comido parte dos benefícios com o corte da Opep, o que possivelmente fará a decisão de 25 de maio um evento negativo de “venda no fato”.
Dados da EIA de ontem
Ainda que os estoques de petróleo tenham caído ontem, os preços do petróleo afundaram após o relatório semanal. Nós recebemos isso como mais um sinal de que a resistência técnica é forte contra uma série de catalisadores negativos.
Conclusão
Nós temos uma resistência crítica acima e uma ‘ação ruim’ sobre boas notícias de petróleo, graças ao aumento da produção no shale dos EUA mais que compensando os cortes da Opep. A temporada de carro nos EUA pode trabalhar contra a sazonalidade positiva se o PIB dos EUA reduzir o ritmo. Tudo isso nos deixa bearish em petróleo, especialmente se ele não conseguir superar os US$ 52,75 e permanecer lá.
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