- Resultados do 3T2018 serão divulgados na sexta-feira, 22 de outubro, antes da abertura do mercado;
- Expectativa de receita: US$5,94 bilhões
- Expectativa de lucro por ação: $0.36
A gigante petrolífera Schlumberger (NYSE:SLB) (SA:SLBG34) está vivendo bons momentos ultimamente. Suas ações dispararam, graças à forte procura por seus serviços, após o colapso histórico dos preços do petróleo no ano passado.
Em um claro sinal de que o pior já passou, os investidores fizeram as ações da Schlumberger saltar cerca de 30% nos últimos três meses. Esse rali tem como respaldo a forte demanda por produtos de energia após o choque da pandemia, que forçou a Schlumberger a fazer uma drástica reestruturação dos seus negócios.
A Schlumberger opera em mais de 120 países, fornecendo uma ampla gama de produtos e serviços, desde a exploração até a produção. Seus resultados trimestrais funcionam como uma espécie de barômetro para o setor de energia, dado seu alcance geográfico e acesso aos planos dos perfuradores.
De acordo com a última projeção da Schlumberger, a companhia enxerga um “excepcional ciclo de crescimento” nos próximos anos. Os preços do barril de petróleo superaram a marca de US$80 neste mês, e o gás natural atingiu a máxima recorde, diante da crise energética na Europa e na China, que está se estendendo para todo o mundo, podendo gerar escassez de oferta em diversos países.
Outro fator positivo para os investidores é que a Schlumberger enxugou suas operações após o profundo impacto que a pandemia teve em seus negócios. Nos últimos dois anos, a empresa demitiu milhares de colaboradores, reformulou seus negócios em todo o mundo e vendeu ativos da América do Norte, a fim de focar em trabalhos no exterior. A prestadora de serviços espera gerar cerca de 80% das vendas em mercados internacionais.
Forte crescimento dos resultados
Em nota recente, o JPMorgan afirmou que um aumento nos níveis de produção internacional deve beneficiar a Schlumberger.
“Nossa atualização reflete a vantagem do portfólio da companhia, que deve entregar forte crescimento nos resultados a partir da recuperação global no segmento upstream e expansão posterior de margem.” Nossa tese favorável tem como fundamento nossa visão de que a restrição de dispêndio de capital com exploração e produção nos EUA reduzirá o avanço do shale oil no país, mas os níveis maiores de atividade internacional devem dar suporte ao aumento da capacidade de produção.”
Apesar desse otimismo e das condições de mercado muito melhores, ainda existem vários obstáculos que podem impedir o crescimento de gigantes de serviços petrolíferos. O grande ponto de interrogação é se as maiores petrolíferas do mundo estarão dispostas a elevar sua oferta. Até o momento, tudo indica que as empresas de petróleo estão respondendo aos investidores que querem que elas retornem mais capital, abandonem projetos e quitem suas dívidas.
O Conselho de Administração da Exxon Mobil Corp. (NYSE:XOM) (SA:EXXO34) está discutindo se a empresa deve prosseguir com diversos projetos de óleo e gás, enquanto reavalia sua estratégia de investimento em um cenário energético em rápida mudança, informou o periódico Wall Street Journal.
A escassez de oferta mundial e a inflação também podem afetar as margens. A Baker Hughes (NYSE:BKR) (SA:B1KR34) informou nesta semana que sua unidade de serviços petrolíferos foi prejudicada por gargalos na cadeia de fornecimento e inflação de custos em seus negócios químicos.
Conclusão
Graças ao seu vasto alcance internacional, a Schlumberger tem boas condições de se beneficiar de uma retomada mais vigorosa dos mercados de energia. O preço das suas ações, no entanto, já está refletindo esse otimismo e é possível que os resultados de amanhã não tenham um impacto tão expressivo em sua valorização.