Mais uma semana que passou e nós caminhamos para o fim de um ano que teve um pouco de tudo. Haja turbulências tanto no mercado nacional como no internacional com direito a muitos cisnes negros. As emissoras terão bastante material para suas retrospectivas em dezembro.
Mas na semana que passou aqui no Brasil o cenário ficou no zero a zero. Afinal, essa semana que se inicia tem uma série de eventos importantíssimos lá fora e ninguém ousa pôr o pé muito fora da linha e quem sabe ser o primeiro a tomar chumbo e ser abatido. Ficamos todos sentados esperando o resultado das eleições norte-americanas.
Na bolsa vimos um recuo dos fortes com a devolução dos pontos alcançados em quase duas semanas, sendo eles perdidos em apenas dois dias. Saímos do patamar dos 64 mil pontos e voltamos para os 62 mil. Parte da queda se explica por conta do julgamento ocorrido no STF acerca do ADPF (arguição de descumprimento de preceito fundamental), o qual poderia tirar do poder um dos principais aliados do governo, o presidente do Senado Renan Calheiros.
Vindo de uma representação solicitada pelo partido Rede, o julgamento tratava sobre a impossibilidade de um político que é réu em ação penal poder estar em cargo que remete à linha sucessória. No caso a presidência do Senado se encontra como substituto do presidente logo após o cargo de presidência da Câmara. Caso o STF fosse favorável à proibição, Renan não seria retirado necessariamente agora, até porque não é réu de nenhum processo, porém tem em suas costas o total de 11 processos a serem julgados, sendo que um deles será provavelmente julgado até o final do ano. Dessa forma, Renan ficaria enfraquecido e dependendo de terceiros para continuar em seu cargo, o que nem ele e tampouco o seu partido quer.
Dizem fontes que Michel Temer atuou veemente neste caso, fazendo uma pressão aqui e outra acolá nos membros do STF a fim de que o julgamento fosse adiado por falta de quórum mínimo ou pelo pedido de revisão por um dos membros do STF.
Já adiantando para você, a análise do processo não foi para frente e a verdade é que pelo histórico de presença dos políticos no trabalho em um pós-feriado já dava para chutar que não iria mesmo. Foi solicitado um pedido de vistas do processo pelo ministro do STF Dias Toffoli a fim deste analisar com maior prazo os pontos levantados no processo. Sabe se quando será retomado este julgamento.
O que se sabe é que aquela história de “a gente derruba um político corrupto por vez” tem sido posta à prática e antigos figurões da política brasileira, outrora intocáveis, já não possuem a mesma credibilidade e podem a qualquer momento perder seus poderes e também os seus mandatos (quiçá serem presos).
E o presidente Temer percebeu isso, o que o fez querer acelerar a maioria de seus projetos de reforma política, em especial os mais polêmicos, a fim de tentar passa-los em Câmara e Senado enquanto possui algum apoio e poder político, quando em um futuro próximo não se sabe quem estará na presidência das casas: amigo ou inimigo?
Prova disso é que a mídia noticiou essa semana que Temer está “decidido” a enviar a reforma da previdência para votação até o final do ano (corre que tá acabando!). Apesar das falas anteriores onde prometia-se um debate extenso com todos os lados envolvidos (trabalhadores, sindicatos, governistas e etc.), o tom agora é de um “vai com que tem e depois nós vemos”.
ENTÃO CORRE TEMER... CORRE!
Dando a minha opinião, acho que esse projeto inicial de reforma falhará miseravelmente, afinal ele será cheio de pontos pró-ajustes fiscais e os velhos cães não largarão o osso dos benefícios, fazendo da trajetória dessa proposta um caminho árduo, longo e cheio de batalhas. Afinal, que político vai dar a cara à tapa em ano pré-eleitoral? Todos os envolvidos na discussão do ajuste da previdência ficarão midiaticamente expostos, seja para o bem ou seja para o mal, e como cabeça de político só funciona a cada 2 em 2 anos (quando eles tem chances de se eleger para algo), é improvável que opiniões mais fortes sejam dadas durante os debates.
Aliás é o que os jornais não param de noticiar. Tem havido uma efervescência dentro dos partidos com nomes pipocando aqui e ali. Já foram citados figurões como Lula, Alckimin, Serra, Meirelles e até o FHC. Por fora continuam na esperança a Marina Silva e agora o Aécio Neves, que já é considerado um plano B do PSDB que tem visto em outros candidatos maiores chances de vitória em 2018.
Há quem fale até que o racha entre partidos já começou e a briga pelo poder começa a gerar estratégias de um partido atrapalhar o outro. Para a eleição de 2017 para presidente da Câmara, um cargo altamente disputado pelo poder de barganha, já foram criadas estratégias onde PSDB e PMDB concorrem diretamente, as quais envolvem enfraquecer o partido “inimigo” e garantir poder para barrar ou avançar projetos da presidência (nem se fala mais em PT após o fiasco das eleições recentes, com uma forte perda de influência).
E ESSE MURO? SAI OU NÃO SAI? Dia decisivo no cenário macroeconômico e político mundial, nesta terça-feira começam as eleições para o cargo de maior poder no mundo. Hillary e seus segredos políticos ou Trump e sua megalomania político-empresarial?
Por enquanto ninguém sabe, até porque as agências de pesquisas norte americanas rivalizam “pau a pau” às nossas no quesito previsibilidade. Uma fala que a vantagem de Hillary aumentou, a outra diz que na verdade diminuiu. Em um minuto Trump está na frente, não calma, agora já está atrás. Na prática, só vamos saber quando o martelo for batido e decretado o novo presidente. “Só termina quando acaba!”.
Antes tomado pelo escândalo do posicionamento machista de Trump para com as mulheres, agora os tabloides só falam dos (novos) e-mails que foram divulgados essa semana da candidata pelo partido democrata. Na última semana a candidata foi fortemente impactada pela notícia de que o próprio FBI estaria analisando os e-mails vazados, notícia essa que abalou a vantagem conquistada semanas antes com o escândalo de seu opositor.
Outra personalidade icônica que também deu declarações polêmicas foi Julian Assange, fundador do WikiLeaks, o qual afirmou essa semana que a eleição norte americana é um jogo de “cartas marcadas” com a mídia influenciando diretamente os resultados devido o apoio que tem feito à candidata em detrimento do republicano, dando maior peso às notícias contra Trump. Segundo Assange, até o final do ano novos detalhes sobre presidenciáveis americanos serão expostos, detalhes estes que podem alterar os rumos da relação Estados Unidos com o mundo.
Então segure-se na cadeira que essa semana tem muita coisa pra acompanhar!!!