O Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) é uma métrica fundamental para analisar ações, pois avalia o desempenho da gestão, a lucratividade e como o capital da empresa é alocado. Quando o ROIC é elevado devido a um aumento sustentável no NOPAT (lucro operacional após impostos), isso geralmente impulsiona o preço das ações. Esse ganho pode ser ainda mais expressivo se for acompanhado pelo crescimento dos lucros.
Da mesma forma, um ROIC mais alto, resultante de uma alocação de capital mais eficiente — como a redução de investimentos em capital de giro — pode gerar retornos imediatos. Isso pode refletir em maiores retornos futuros em novos investimentos e uma melhor conversão de caixa para a empresa.
Contudo, nem todo aumento no ROIC significa, necessariamente, que o valor da empresa está crescendo. Por exemplo, a depreciação ou a baixa contábil de ativos pode elevar o ROIC sem, no entanto, liberar capital ou melhorar os retornos futuros. Na verdade, isso pode ser um sinal de que os retornos futuros serão menores, o que acaba reduzindo o valor da empresa.
Na análise do ROIC, é essencial diferenciar o retorno atual sobre investimentos feitos no passado do retorno incremental sobre novos investimentos, conhecido como ROIC incremental. O ROIC é calculado dividindo o NOPAT atual ou projetado pelo capital investido. Esse cálculo mede o retorno presente, mas o capital envolvido é um custo que já foi gasto e, portanto, não afeta diretamente o valor futuro da empresa.
O ROIC é importante para a avaliação de empresas apenas se for capaz de indicar um desempenho futuro ou servir como preditor de retornos incrementais. O retorno incremental é o aumento do NOPAT em um período específico dividido pelo crescimento no capital investido. Um retorno incremental elevado indica que a empresa está fazendo investimentos menores, mas convertendo mais caixa, o que é um bom sinal.
Embora muitos modelos financeiros não incluam o retorno incremental explicitamente, ele está sempre embutido nas projeções de despesas de capital e crescimento.
Apesar de ser um fator essencial na geração de valor, o retorno incremental histórico pode ser volátil e difícil de interpretar. Isso porque as variações no lucro nem sempre são resultado direto de novos investimentos. Por exemplo, se o lucro aumenta devido a margens melhores, o retorno incremental pode parecer muito alto, mas sem estar diretamente ligado a novos investimentos.
Métricas como o ROIC são úteis na análise de ações, mas refletem principalmente os retornos passados, baseados em custos já incorridos. Elas impactam o valor da empresa apenas se forem bons preditores de retornos futuros.
Por isso, é crucial entender por que os retornos variam. Um ROIC mais alto, devido a uma melhor utilização dos ativos, é diferente de um aumento no ROIC provocado por ajustes contábeis, como a baixa de ativos.
Em resumo, o ROIC é uma métrica essencial na análise de ações, fornecendo uma visão sobre a eficiência da gestão, a lucratividade e a alocação de capital. Um ROIC mais alto, quando impulsionado por um aumento sustentável no NOPAT ou por uma melhor alocação de recursos, pode indicar melhores retornos futuros. No entanto, é importante diferenciar entre os aumentos no ROIC que agregam valor real e aqueles que resultam apenas de ajustes contábeis. O foco deve estar no retorno incremental, que mede o desempenho de novos investimentos e sua capacidade de gerar mais caixa.