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Ritmo de Aumento de Juros Não Anima o Mercado e Risco Fiscal Fala Mais Alto

Publicado 29.10.2021, 06:00

Fechamos a semana ainda na repercussão do Copom que agiu na intenção de conter a inflação acima da meta e reagir aos riscos fiscais ampliados pelo furo do teto. Preocupação do mercado quanto à evolução da votação da PEC dos precatórios e sua tramitação no Senado se mantém no radar do investidor. A PEC foi adiada novamente.

A mensagem do Copom de que os juros devem subir a um nível mais contracionista confirma apostas no mercado que a Selic deve voltar aos dois dígitos no ano que vem. A taxa foi elevada para 7,75% na quarta feira após fechamento do mercado. A antecipação no comunicado sobre mais um aumento de 1,5 pp para a próxima reunião faria a Selic fechar 2021 em 9,25% e há sinais de que o ciclo deverá ser estendido ao primeiro trimestre de 2022. Os passos futuros da política monetária poderão ainda ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta da inflação. O IGP-M subiu 0,64% em outubro, bem acima do esperado, após queda de 0,64% no mês anterior. Com este resultado o índice acumula alta de 16,74% no ano e de 21,73% em 12 meses. Em outubro de 2020, o índice havia subido 3,23% e acumulava alta de 20,93% em 12 meses.

Tudo isso reforça a perspectiva de que o PIB em 2022 seja ainda mais baixo do que o estimado pelo mercado no último Boletim Focus.

Com o risco país na casa de 200 pontos, o dólar tem espaço muito limitado para quedas. Os fundamentos domésticos não ajudam e o tapering nos EUA, também não. A conclusão é a busca pelo dólar como ativo de proteção.

A economia dos Estados Unidos cresceu em seu ritmo mais lento em mais de um ano no terceiro trimestre, com o agravamento das infecções por Covid sobrecarregando ainda mais as cadeias de abastecimento globais e causando escassez de bens como automóveis, o que quase sufocou os gastos do consumidor. O PIB cresceu 2,0%. A economia cresceu a uma taxa de 6,7% no segundo trimestre. Os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, subiram 1,6%, após um ritmo de crescimento robusto de 12% nos meses de abril a junho. A melhoria da situação da saúde pública nos EUA ajudou a elevar a confiança do consumidor neste mês. Menos americanos estão entrando com novos pedidos de auxílio-desemprego. Essa tendência de avanço nas condições do mercado de trabalho foi confirmada por um relatório separado do Departamento do Trabalho nesta quinta-feira que mostrou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 10 mil, para 281 mil, o patamar mais baixo desde meados de março de 2020.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, rechaçou apostas do mercado de que a inflação em escalada forçará um aumento dos juros já no próximo ano, reafirmando a visão de que as pressões sobre os preços cessarão até lá.

O dólar fechou ontem a R$ 5,6260 na venda. A moeda saltou 1,27%. Foi um dia de grande volatilidade em que, na mínima, a moeda americana operou em R$ 5,5567 e, na máxima, em R$ 5, 6475.

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