No começo da semana passada depois das negociações falidas entre a Zona Euro e a Grécia, os mercados viviam o medo de uma hecatombe, com os principais índices baixando 5%.
Diante de uma vitória do “não” no referendo, muitos esperavam mais do mesmo nesta semana.
O que vimos foi um recorte de 2% por parte dos índices e o euro cedendo mais de 1%, para logo recuperar terreno.
Ainda que os últimos dez dias tenham sido muito prejudiciais para traders altistas, realmente estamos vendo a preocupação dos mercados face a um evento histórico e sem precedentes, como seria a possível saída da Grécia da Zona do Euro.
Desde 26 de junho, dia em que o primeiro-ministro grego Tsipras interrompeu as negociações e convocou o referendo, o DAX cede um 5,4%, o Ibex 8%, o Eurostocks 8% e o setor bancário da Zona do Euro, medido pelo índice de bancos do Eurostoxx 600, perde 7%.
No entanto, se medimos estes índices, porém desde o começo de 2015, o DAX marca um rendimento positivo de 10%, o Ibex mais de 2,5%, o Eurostoxx mais de 6% e os bancos da Zona do Euro 10%. O Euro apenas cedeu 2% nos últimos dez dias, e as obrigações italianas e espanholas a 10 anos rendem aproximadamente 2,3%, longe dos 7% vistos em 2011, nos piores momentos da crise.
O risco moral para os líderes da Zona do Euro de ceder terreno para a Grécia é ver como eleitorados em países como Portugal, Itália, Espanha e Irlanda poderiam exigir o mesmo tratamento no futuro. E se este risco moral se compaginar com os interesses dos credores do setor financeiro na Alemanha e na França em cobrar a dívida, menor será a probabilidade de que os líderes da Zona do Euro mudem de postura.
Diante desta situação, a calma relativa dos mercados diminui a pressão sobre a necessidade dos políticos em chegar a um acordo, elevando a probabilidade da saída da Grécia da Zona do Euro.