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Revisões do USDA são positivas para a pecuária brasileira

Publicado 16.01.2023, 13:19
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Em 12 de janeiro o USDA atualizou as estimativas para a produção e comércio de carnes no mundo. 

A derrubada dos lockdowns na China e o efeito positivo esperado para sua economia aumentaram a expectativa de compras de carne bovina pelo gigante asiático. Como o consumo de carne bovina no país é mais relacionado a restaurantes, a volta da movimentação deve colaborar de maneira relevante. 

No relatório de outubro, o órgão apresentava uma estimativa de 3,14 milhões de toneladas equivalente carcaça (tec.) importadas pela China em 2022, com uma projeção de queda de 9,2% para 2023, para o qual a estimativa era de 2,85 milhões de tec.. 

Com a revisão, as importações em 2022 ficaram em 3,45 milhões de tec., aumento de 14,1% em relação a 2021, a projeção anterior estava em 3,8%. Além disso, para 2023, o que era uma estimativa de recuo de 9,2% (ainda em patamar elevado), mudou para acréscimo de 2,2%, atingindo 3,53 milhões de tec.

Figura 1. Projeções de importação de carne bovina pela China (milhões de tec.), estimativas do USDA de outubro de 2022 e janeiro de 2023. 

Fonte: USDA / Elaboração: HN AGRO

Outro ponto relevante pensando em cenário global de carne bovina, é a situação dos Estados Unidos, que deve ter redução de 6,5% na produção de carne em 2023. Embora aqui não tenham ocorrido ajustes expressivos entre as estimativas, a forma como os EUA influenciarão o mercado muda de maneira relevante de 2022 para 2023. 

O país é um grande exportador, mas também grande comprador de carne bovina. Em 2022, vendeu 75 mil tec. a mais que sua importação (figura 2). Em 2023, com a queda projetada para as exportações, com a produção menor, o país terá um saldo negativo, com importações superando as vendas em 140 mil tec.. 

A fase de menor oferta de gado esperada para os próximos anos subsidia este movimento, que também é auxiliado pelo dólar ainda valorizado globalmente.

Figura 2. Projeções de exportação e importação de carne bovina pelos EUA (mil tec.), além do saldo, estimativa do USDA em janeiro de 2023. 

Fonte: USDA / Elaboração: HN AGRO

Dois últimos destaques podem ser dirigidos à Argentina, que deve ter redução de 7,3% nas exportações, e Austrália, com aumento de 21,0% nos embarques, em decorrência da recuperação dos abates no país, com incremento da produção de carne projetado em 16,6% para 2023. As alterações entre as projeções não foram expressivas, mas destacamos pela relevância internacional para o comércio global. 

Considerações

Entre os grandes players, além do Brasil, apenas a Austrália deve aumentar suas exportações em 2023. A participação do país no comércio global de carne bovina deve passar de 10,4% em 2022 para 12,5% em 2023, passando EUA e Índia (cujos números englobam também carne de búfalos) e ocupando a segunda posição. 

Com o aumento projetado em 3,5% para 2023, a participação do Brasil passaria de 23,8% para 24,6%, praticamente o dobro da Austrália. 

Do lado da oferta de gado internamente, a expectativa é de aumento, o que beneficia os embarques. 

O cenário fiscal e cambial do Brasil vai influenciar os embarques, assim como o impacto da nova realidade de juros sobre a economia global este ano. A conferir.  

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