Entre o final de maio e junho tivemos alguns acontecimentos que mexeram com as percepções do mercado. A primeira foi a greve dos caminhoneiros que afetou todo país. A falta de alimentos e insumos fez com que a inflação do mês subisse, o índice IPCA-15 apontou uma alta de 1,11%. A indústria também sofreu, pois teve sua cadeia de produção afeta pela falta de suprimentos e dificuldade de deslocamento.
Podemos dizer que este evento foi apenas a cereja do bolo dos acontecimentos que vinham afetando o mercado desde abril. A segunda quinzena de maio apenas trouxe eles à tona. O que esteve nos holofotes da imprensa foi a escalada do valor do dólar perante ao real. Contudo, precisamos analisar os reais motivos da pressão sobre a cotação da moeda, seguem eles:
- A diminuição da diferença de juros entre Estados Unidos e Brasil que fez com que os investidores alocassem seus dólares em outras economias;
- A confirmação de aumento da taxa de juros americana e a perspectiva de mais quatro subidas no ano;
- A incerteza sobre as eleições, pois os agentes de mercado viram seu candidato preferido, Geraldo Alckmin, atrás nas pesquisas;
- A redução das expectativas de crescimento da economia para o ano.
A valorização do dólar forçou o Banco Central a fazer diversas intervenções no câmbio, sem muito sucesso, isto gerou uma expectativa de que na reunião desta semana ele pudesse aumentar os juros, o que não se confirmou. Soma-se a sinalização de mais 4 altas nos juros americanos, antes eram precificadas três, para reforçar a fuga de dólares do mercado brasileiro.
Internamente, a perspectiva menor de crescimento aliado ao temor de um segundo turno formado por Jair Bolsonaro e Ciro Gomes fizeram com que os investidores ficassem avessos ao risco.
Para finalizar, julho é o mês que as alianças políticas serão fechadas, se a união entorno da candidatura de Alckmin não acontecer poderemos ver os juros futuros subindo e bolsa caindo. Sobre o dólar a tendência deve seguir sendo a de alta.